terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pedale muito!

My dear... para si só tenho a acrescentar o seguinte:
Eu estarei à sua espera no fim do mundo, como já estou. Você é que não consegue lá chegar. Dúvidas sobre o que não existe? Não me parece... a sua irritabilidade presente no post desilude e dá-me razão.
Pedale muito!

Pedalada

Minha querida: se a afirmação de impropérios sem conhecimento legítimo pagasse imposto, neste momento você teria uma dívida fiscal do tamanho do mundo (e para a qual seriam precisas, pelo menos, 3 vidas para a pagar). O seu sarcasmo é tal que até me faz compreender pessoas como o José Castelo Branco (esse grande homem com «M» maiúsculo). Advertência: num eventual post futuro, queira ter a bondade de me poupar a piadas previsíveis envolvendo a minha pessoa e o José Castelo Branco...
Na parte que me compete, só tenho a agradecer as suas tiradas geniais, das quais a frase «não tem feito suspirar ou gritar nenhuma mulher» é o melhor exemplo. Obrigado por me fazer rir. Afianço-lhe que o sentido de humor numa mulher é um detalhe que me arrebata por completo. Eu poderia refutar o conteúdo da mensagem, mas a verdade que lhe está adjacente não se mede por palavras. Dado que a amazona encantada me garante que não irá estar à minha espera no fim do mundo, suponho, então, que vá viver com dúvidas para o resto da sua vida. Lamento que prefira fazer uma leitura da realidade com base em meras suposições.
Basta-lhe ver uma bicicleta para acreditar que sabe andar nela? O seu problema é que envereda por adivinhações inoportunas, nas quais se atreve a pormenizar (mesmo sem ter experimentado) se o velocípede anda muito, se é confortável, se tem andamento para si...
A propósito da roda dos alimentos, deixe-me perguntar-lhe: hoje já tomou o pequeno-almoço? Para que saiba, o meu foi bastante completo...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Roda dos alimentos

Fofinho lamento a sua decepção. De facto o seu Q.I. não acompanha o meu... tente ser um pouco mais veloz. Luz no meu caminho há de sobra ao ponto de conseguir iluminar o seu que estaria condenado à escuridão, não fosse a minha existência na sua vida.
Poderá ir até ao fim do mundo, mas nem lá me conseguirá alcançar e não sou eu que imponho barreiras: é o meu fofinho que as constrói quando julga que me poderá ter. Só essa ideia já é uma barreira na sua vida.
Acredite que não vivo com limites, mas o que fazer perante a sua impotência? Esse é um problema seu e que deve resolver, em vez de imaginar que é capaz de me fazer suspirar. Compreendo que a minha referência aos gritos de prazer o tenham magoado. Afinal, não tem feito suspirar ou gritar nenhuma mulher... e até os homens se queixam dessa sua incapacidade em dar prazer.
As minhas refeições superam o que pode definir por qualidade, ao passo que as suas carecem de nutrientes essenciais à alimentação/satisfação. Consulte a roda dos alimentos e veja o que lhe falta...

A vida e outras derivações

Meu doce: a sua resposta pautou pela decepção. Esta foi mais uma daquelas vezes em que os seus argumentos não estiveram em consonância com o seu Q.I. Repare: não só é um elogio à sua destreza mental, como também (e lamento o contra-senso) é a constatação de que precisa de alguma luz para iluminar o seu caminho. Mude a lâmpada.
Ao contrário do que possa julgar, não alimento fantasias e/ou ilusões. Sobre este pormenor, realço apenas que sou teimoso e sou capaz de ir até ao fim do mundo por uma ideia fixa. Como bem sabe, sou uma pessoa de ideias fixas. Aliás, tal como você...
A minha recomendação é que não imponha limites à sua própria felicidade. Negar à partida algo que se desconhece é colocar barreiras no seu caminho. Ouse derrubar obstáculos. Faça da vida uma maratona. Verá que o prazer de cruzar a meta é duplamente apetecível...
Em relação aos gritos, peço-lhe apenas que tenha o cuidado de não acordar a vizinhança. Atrevo-me a dizer, contudo, que há momentos em que um breve suspiro consegue ser mais revelador do que um brado ruidoso. No fundo, tudo na vida assemelha-se à comida: com a idade, aprende-se a comer com qualidade. E não é o facto de se arrotar em alto e bom som que atesta a qualidade da refeição...

Amazona encantada

Meu querido, o seu problema de calvície é seu e mal resolvido pelo que dá a entender. Lamento que com a sua idade tenha questões pendentes e mal resolvidas (aconselho vivamente a ler o post «Pontos Finais»).
Em relação ao facto de a sua presença poder de algum modo perturbar a minha pessoa, diria que pode continuar a alimentar essa ilusão/fantasia se o faz mais feliz. Todos nós temos de nos agarrar a algo. No seu caso, se for a minha pessoa, seja feita a sua vontade, mas como sabe não passa de uma mera relação criada na sua mente, devo dizer bastante criativa.
O meu coração e o meu instinto carnal não sufocam a minha alma, pelo contrário libertam-na e como deve imaginar não com a sua ajuda, nem no plano terreno, nem em sonhos. A minha vida é bastante colorida e quente... e sim... há gritos... gritos de prazer, longe do que você me poderia proporcionar.
Resumindo, você não é de todo a eleição desta amazona encantada.

Não me copulem, por favor

A teoria do «não há nada, mas mesmo nada, que se aproveite» (ver post abaixo) é, no mínimo, provida de uma barbaridade tal que só me apetece despir integralmente e supreender, à grande, a respectiva autora. Atente-se que a frase, claramente depreciativa, surge depois de inúmeras referências pessoais. Escusado será dizer que fui incluído neste rol de injúrias, culminando com uma menção do foro capilar («cabelo à skinhead»).

Deixemo-nos de ilusões. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma forma subtil de chamar a atenção das largas centenas de leitores deste blog para a minha calvície. Nem valia a pena a amazona encantada estar com rodeios. Chame-me careca. E pronto.
Como certamente saberá, o problema em apreço prende-se com a produção exarcebada de testosterona. Por outras palavras, quis Deus que fosse prendado com uma resistência física fora do vulgar, o que se traduz numa performance sexual, por exemplo, memorável (nb: a adjectivação é baseada em testemunhos reais). Daí a calvície. Até poderia inverter a queda capilar com fenisteride (que, por acção da enzima 5-alpha reductase, transforma a testosterona em dihidrotestosterona). Mas não me apetece. E posso explicar-lhe pessoalmente porquê...

O seu problema é só um: eu. A minha presença perturba-a. De longe, consegue-se perceber que o seu batimento cardíaco aumenta só de vislumbrar a minha sombra. Por mais que tente disfarçar, a minha ausência é sempre mais forte do que a sua capacidade de controlo. De nada vale insistir em dominar essa ânsia e o desejo de me querer por perto. Dê o braço a torcer. Ouça o seu coração e resista ao instinto carnal que lhe sufoca a alma.

A sua vida sem mim é fria, sombria e vazia. É uma autêntica batalha perdida. As suas noites resumem-se a gritos de clamor que chamam insistentemente por mim. O silêncio da minha ausência é ensurdecedor. Faço todas estas constatações de forma humilde, reconhecendo que há um problema que temos de resolver. Mas só depois da passagem de ano...

Época dos disparates

Declaro oficialmente aberta a época dos disparates.
Ou é um vestido com um lacinho à frente que só dá vontade de puxar; ou são umas botas de montar; ou um cabelo à skinhead que obriga o uso oficial de um boné; ou uma córnea danificada que justifica o não ver, ouvir e pensar bem; ou uma alegria que permanece tal é a ressaca também permanente do Natal.
Não há nada, mas mesmo nada que se aproveite. E o melhor de tudo é que gostamos uns dos outros assim como somos!
Nesta época oficial de disparates tudo é permitido! E o Pai Natal ainda governa pois as renas fizeram greve e por isso a época natalácia continua! As palavras de ordem são e continuaram a ser «Feliz Natal!!!!!!!».
Não queremos cá saber de transitar de ano a menos que se grite em plenos pulmões «Feliz Natal!!!!!!!». E quando estivermos em pleno Verão de 2009 devemos continuar a dizer «Feliz Natal!!!!!!!». No fundo, é uma questão de solidariedade para com as renas que devido à crise agora trabalham o ano inteiro - acabaram-se as folgas e o part-time de Dezembro!
Para todos sobrevivermos aos disparates, aconselho que os dias sejam regados - não a água, mas sim a vinho que até é uma bebida espiritual!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2009

Em vez de «Era uma vez», vou começar o meu livro em branco por «Tem mesmo de ser...». Mesmo sabendo que há situações que nos escapam do controlo, que os imprevistos são o pão nosso de cada diz e que a vida nos prega valentes partidas. Mas tem mesmo de ser. Porque a vida é demasiado curta. Porque há todo um passado com o qual vale a pena retirar alguns ensinamentos. Porque há desejos e objectivos que são agora ou nunca. Porque as conquistas só se conseguem com batalhas intensas.
Valerá a pena o esforço? Vale. Nem que seja para que a experiência de hoje sirva de exemplo para o dia de amanhã. Tem mesmo de ser... Mesmo reconhecendo que há condicionalismos, que nada nos é dado de mão beijada, que as injustiças vão continuar a existir, que Deus, por vezes, tem a ousadia de nos complicar o destino, obrigando-nos a atalhar por caminhos sinuosos e repletos de pedras soltas. Mesmo tendo consciência de que há pedras que nos vão parar dentro dos sapatos. Mesmo sabendo que o atacador vai ter um nó cego e que não será fácil desfazê-lo...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Pontos finais

Estou farta de 2008 e preciso virar a página. Detesto passagens de ano, mas admito que gosto do transitar de número... estou fartinha de escrever 2008, preciso de novo fôlego e até ajuda mentalmente a ideia de escrever um número diferente... já é o princípio de uma mudança que espero que atraia outras e mais positivas.
É claro que há resistências a início. Enganamo-nos sempre algumas vezes primeiro antes de consolidarmos a data. Mas faz parte das mudanças. Quebrar hábitos.
Expectativas para 2009? Melhor que os anteriores. É a resposta típica, mas tem a sua verdade e é realmente o meu desejo. Não que os outros tenham sido negativos, mas acredito na evolução e como tal é possível sempre melhorar. Acredito em estagnação e não em retrocessos. Como acho que as águas paradas durante muito tempo começam a cheirar mal, bora lá agitá-las!
2009 = 2 + 9 = 11
No meu tarot a carta XI é a Força. Noutros é a Justiça. Sinceramente ainda bem que para mim é a Força porque é o elemento necessário - vai ser preciso dar tudo porque ou vai ou racha! E a segunda opção está fora de questão (sem querer de algum modo querer controlar o Universo, mas sim trabalhá-lo para que da nossa batalha venha a vitória).
Por isso, é aproveitar estes dias de fim de ano para libertar pendentes que pesam e que não são uma mais-valia para o novo ano. Cortar com situações que se arrastam e que não levam a lado nenhum. De preferência, comprar o livro branco para se escrever uma nova história, sem transportar enredos antigos.
E no meu livro branco, a história começa assim...
«Era uma vez...»

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

...




quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Esquizofrenia sindical

Está um tempo do caralho. Lá fora, chove a rodos. Cá dentro, respira-se um ar gélido. O que me chateia não é o que se passa lá fora. O que me arrelia é mesmo esta incapacidade (já demasiado usual) do sistema de ar condicionado em cuspir um pouco de vento quente que seja.
Obrigam-me a recordar a puta da minha professora primária (explicação deste pequeno ódio de estimação a pedido), que, nas manhãs rigorosas de Inverno, se fazia acompanhar por um portento aquecedor portátil.


Entre um puxão de orelhas e uma dúzia de reguadas desmedidas, a velha rejubilava de prazer só pelo simples facto de manter os pés permanentemente aquecidos (acredito que os puxões de orelhas e as reguadas também serviam para alimentar esta boa dose de prazer).

Isso e morrer à sede. Até os camelos do deserto têm mais água no estômago. Lanço um olhar para o «porta-garrafas» e só vislumbro um garrafão vazio. Nem um único copo (que, de resto, de nada serviria). Não há água. A sede é fome que não consigo matar.

Mas ainda bem que há uma árvore de Natal. Sem árvore de Natal é que não seríamos ninguém. A posição da estrela, no topo deste pré-fabricado de plástico sazonal, é esclarecedora. Será do frio? Será da sede? Do excesso de calor e de água é que não será certamente, pois estou gélido e seco e nem uma ganza tenho para afastar este gelo de mim.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os outros piratas (que não os das Caraíbas)

Bastante interessante a galeria com que nos brinda o «The Guardian», a propósito do assalto dos piratas ao petroleiro «Sirius Star» (ver AQUI). As imagens são o resultado de um esforço notável de uma foto-jornalista que acompanhou in loco um grupo de piratas que opera na costa da Somália. E causam estranheza... Sobretudo para quem estava habituado a idealizar os piratas apetrechados com pernas de pau, com um dos olhos vendados e de espada em riste. Agora, contudo, é vê-los em barcos movidos à força de potentes motores Yamaha e de lança-rockets em punho. Como os tempos mudam...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A MISÉRIA

Não por aí ninguém que dê de comer a este blog? O «Street Spirit», vê-se, está faminto. No entanto, não há ninguém que lhe ofereça um único post, que seja, no espeto . Uma tirinha de palavras, não mais do que isso. Com uma pitada de sal e pimenta - ingredientes, aliás, apreciados pela "outra", que adora salgar e apimentar os camarões... Diz ela, munida do avental, que tem muito jeitinho para a gastronomia. Que é prendada a nível culinário. Será?! Eu, por mim, tenho dúvidas. Só provando. E podemos começar justamente por uns camarões. Depois, podemos finalmente avançar para a sapateira...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A nova cor dos dólares


domingo, 2 de novembro de 2008

A tragédia, o drama, o horror...

O pai adoptivo do mítico «Alf» apanhado em orgias e a fumar crack??!... Ainda estou a recuperar do choque. Ver aqui e aqui.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O mundo é redondo e está sempre a girar

A ORIGEM DOS ENGOLIDORES DE ESPADAS
Gerard Damiano (falecido ontem, 3.ª feira) partiu. Valha-nos, contudo, a obra que deixou. Digamos que o seu legado dá mostras evidentes da mestria deste grande realizador: dirigiu mais de 50 filmes pornográficos, entre os quais esse ícone da 7.ª arte que é o «Garganta Funda» («Deep Throat», no original). A película foi rodada nos idos anos 70, em apenas 6 dias (imagino o inchaço dos actores...).
Linda Lovelace, actriz principal no filme, foi a primeira porn star à escala mundial. Muitos antes de Cicciolina andar metida com cavalos já Linda sabia de cor e salteado as posições do «Kamasutra». Foi a primeira longa-metragem de sexo explícito a ser exibida em cinemas tradicionais. Graças a Gerard Damiano houve toda uma arte que se abriu (literalmente) ao mundo. É a este homem que se deve a existência de espaços emblemáticos como o Olímpia, em Lisboa. Não fosse Gerard e jamais teríamos o Sá Leão e a saga «Fim-de-semana Lusitano».

INSPIRAR, EXPIRAR E ASPIRAR
Corre a notícia de que Maradona é o novo seleccionador da Argentina. Num primeiro comentário público, o antigo futebolista explicou que terá a responsabilidade de escolher e de treinar os jogadores. O que, aliás, faz todo o sentido. Esperemos que Maradona saiba meter a rapaziada argentina na «linha». E, já agora, que não tenha nenhuma «branca» quando tiver de chamar os jogadores pelos nomes próprios. Em resumo: ainda bem que surgiu esta oportunidade para o Diego tirar o «pó» das chuteiras...

COM UM TOQUE DE CARIL
Há poucos dias, a Índia iniciou, com sucesso, a sua primeira missão não tripulada à Lua (ligeiramente atrasados, sublinhe-se, dado que já lá vão 39 anos desde que os americanos exploraram aquilo). A maior loucura será mesmo em 2015, pois a Organização de Investigação Espacial da Índia (ISRO) pensa levar por diante uma missão que contempla dois astronautas, imagine-se (eis a comprovação de que a Índia tem um delay qualquer em relação ao resto do mundo).
O que chateia mesmo é o nome dado ao foguetão que integra a actual missão. Chamaram-lhe «PSLV». Nem parece da Índia... Quando muito, o veículo deveria ser apelidado de «Malai Kebac». Ou mesmo «Chicken Pakora». E, já agora, porque não «Tandoori Fish»?

UMA ESPÉCIE DE TARZAN TABORDA DE SAIAS
A escola EB 2,3 Santa Maria, em Beja, vive por estes dias alguma agitação. Os episódios de violência entre alunos e professores (e, nalguns casos, entre pais e professores) tornaram-se recorrentes. A tal ponto que o conselho executivo decidiu apresentar a demissão.
Agora, a Direcção Regional de Educação do Alentejo optou por contratar os serviços de uma empresa privada de segurança. Para estes meninos e papás que adoram malhar nos docentes, só digo isto: D. Rosa. Era a minha professora do ensino básico. Entre outras destrezas, puxava orelhas, dava fortes estaladas e aplicava reguadas a ritmo compassado. Ah, e de vez em quando lá dava aulas...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ácido acetilsalicílico



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

(DES)APONTAMENTOS

4 contra 2
Apesar de estarmos em minoria, fomos os primeiros a entrar no campo. Como sempre, pisámos o campo do adversário. Mas, bem vistas as coisas, é no terreno do inimigo que nos movemos bem. À entrada dos 4 em campo, eis que o capitão de equipa berra: «comigo é pão, pão; queijo, queijo». Pensei: «olha, olha... estamos bem fodidos, estamos».
Dito e feito: durante todo o jogo, o capitão (que, já agora, devia emagrecer uns quilinhos) dominou a partida e, como prova do seu egoísmo, teimou em não passar a bola aos companheiros de equipa. Pior: à vã tentativa destes contribuirem para o desenrolar do jogo, eis que a besta decide cortar lances a torto e a direito, reclamando penalties como se não houvesse amanhã.
No fundo, o tipo meteu-me pena. Fez-me lembrar aqueles gajos cheios de aço e que, vai-se depois a ver, são mais sensíveis do que a manteiga. Ou ainda aqueles machos armados em dominantes que alegam ter uma grande pilinha. Depois, claro: vai-se a ver e é preciso uma lupa...

As Vanessas das nossas vidas
Numa pequena empresa, a patroa vira-se para a Vanessa e, em tom apressado, dispara:
- Vanessa, Vanessa!! Rápido, preciso de si.
- Diga, diga! - responde a miúda.
- Preciso que vá com a máxima urgência ao Macintosh buscar-me um documento extremamente importante!
- Claro, claro!! Dê-me já a morada. Eu vou já lá num instante!...

Recado
Nutro pelo sr. Manuel Migões uma estima do tamanho do mundo. Não só por ser o pai do meu melhor amigo, como também pelas aventuras e desventuras que me proporcionou na infância (iniciação à prática de pesca desportiva, condução precoce de um imponente Volkswagen «carocha», mungir as vacas...). Passados todos estes anos, creio está na hora de me redimir. Sr Manuel: lembra-se daquele dia em que a porta da vacaria, estranhamente, estava aberta (o que despoletou aquela fuga em massa do gado para a estrada principal da aldeia)? Fui eu.

Desabafo
Não sei bem porquê, mas ainda estou a lembrar-me daquele totó todo empertigado, a mandar bitaites e a recalcitrar contra projectos que lhe fazem lembrar, digamos assim, um «novo riquismo»... Não há hipótese de mandar este gajo para a Suiça e colocá-lo dentro do LHC, o novo acelerador de partículas? Tenho a certeza que a resposta à grande incógnita (qual a origem do Universo?) reside numa simples colisão entre aquela besta e um protão.

À atenção da câmara municipal da minha cidade
Tenho um enorme respeito pelos senhores que fazem a recolha do lixo. Menos daqueles que executam o serviço à porta do meu prédio. Por norma, aparecem entre as 2 e as 4 da manhã. O que mais aprecio neles é aquela vontade louca de dominar o caixote do lixo em si, arrastando-o com toda a fúria, bem ao jeito de um combate de wrestling. Julgo que o som é perfeitamente audível num raio de 150 km. Um conselho: ou vocês param imediatamente com essa merda ou então terei de tomar medidas drásticas (i.e., convenço o senhor da teoria «do novo riquismo» a fazer-vos uma espera, brindado-vos com um discurso sobre a influência dos estafilococos na síndrome da pele escaldada).

terça-feira, 7 de outubro de 2008

REVOLUÇÃO

Reunida em Assembleia Geral, os órgãos de soberania do «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadadas» votou e aprovou os estatutos que regem esta organização de utilidade pública. Para mais, se informa do conteúdo dos mesmos:

1. O «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» é um movimento constituído por pessoas que, apesar de sairem tarde do trabalho, fazem muito pela vida porque, apesar de cansados, reconhecem que o cansaço não tem limites. Para este movimento, a ingestão de alcóol é a melhor terapia que qualquer SPA (vulgo taberna, tasca ou afins) pode oferecer;

2. O «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» opõe-se contra a produção e a comercialização desenfreada de sumos, chás e outras bebidas de importância menor, cuja existência só serve para alimentar a cultura capitalista vigente. Não nos tirem, contudo, a água. Além de ser um bem essencial, é extremamente útil para combater as ressacas;

3. O «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» não tolera betinhos. Usar roupa da marca Quebramar ou calças com breguilha vermelha é uma prática recorrente dos membros deste movimento, cuja simbologia reflecte a filosofia do mesmo: «connosco é sempre a quebrar; connosco é até à breguilha»;

4. «O Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» abomina determinados movimentos extremistas, dos quais fazem parte as organizações dúbias e perigosas lideradas pelo Noddy e pelo Ruca. À luz dos conhecimentos actuais, consideramos que tais cabecilhas agem no subconsciente das crianças, incutindo-lhes conceitos e estilos de vida que não se coadunam com os valores que sabiamente herdámos de gerações passadas;

5. «O Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» rejeita qualquer indivíduo que seja pertença da ASAE, tendo, por isso, total liberdade para o lapidar com um ou mais dos seguintes objectos: colheres de pau, bolas de berlim, enchidos de Mirandela (com especial destaque para a alheira) e DVD's pirateados do Noddy e do Ruca;

6. «O Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» adopta o tema «This is Life» como o hino desta grande organização, elegendo Amy MacDonald como o grande exemplo de vida boémia a ser seguido por todos. Para evitar piadas baratas e desnecessárias, rejeitamos veementemente qualquer trocadilho que junte as palavras «MacDonald» e «McDonald's».

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os parasitas

Num trio de bebida e divagações profundas e filosóficas apercebemo-nos que a vida pessoal não é compatível connosco e chegámos à conclusão de que quem tem vida pessoal nada mais é do que um parasita.
E quando toca aos amigos, com os quais devemos ter alguns aspectos em comum, a nossa cabeça fica em desatino. Entram às 9h e picam o ponto às 18h. Dão-se ao luxo de chegar a casa e ir dormir a sesta e depois... depois estão muito cansados pelo trabalho árduo que tiveram e por isso não podem sair para uns copos ou um simples café.
E assim... não fazem mais nada durante o dia. Vidas frutíferas, sem dúvida, alega o nosso trio completamente revoltado com citações semelhantes às referidas.
Protestamos! Vamos iniciar um movimento na internet contra as pessoas que saem cedo do trabalho e nada mais fazem da vida porque estão cansados.
Cansados? Ó amigos, vamos lá reflectir nesse cansaço quando nós picamos o ponto de saída às 22/23h e mesmo assim – cansados – não desprezamos as pessoas que fazem parte da nossa vida e saímos para um café ou copos, ainda que na manhã seguinte nos levantemos cedo para começar o dia de trabalho a horas prévias do horário oficial.
Toca a curtir a vida com muita alegria! E nem é preciso ter vida pessoal para isso! Basta querer e não ser parasita!

Ass. Trio

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O labirinto

Por norma as minhas decisões são tomadas em dois segundos.

Não gosto de pensar muito nelas porque só se complica, confunde e baralha o cenário. Além disso, já aprendi que o tempo que demoramos a decidir influencia em muito o resultado da nossa decisão e outras vezes já nem há nada para decidir porque deixamos passar o timming e ficámos agarrados. E depois, quantas vezes é que temos a garantia de estar a tomar a decisão correcta? É uma incógnita, até porque o que é certo para nós pode não ser para os outros, certo? Certo!

Gosto de agir de impulso, de instinto e só dou dois segundos para o pensamento que normalmente se pode traduzir como algo do género... Estás consciente do que vais fazer? Sim! Então faz!... isto porque o mais importante para mim nas decisões é sentir que tenho os pés bem assentes na terra.

Se tive o primeiro semestre deste ano em que tudo se desenrolou de uma forma tão estonteante, sem tempo para decidir - nem os dois segundos - porque o Universo decidia por mim e só me era dada a possibilidade de reagir, este segundo semestre está a exigir de mim o oposto. Está a obrigar-me a parar para pensar.


Confesso que ando a fugir desta situação porque o parar para pensar não se coaduna com o meu ser, mas a cada dia que passa surge mais um novo elemento na minha vida e outro e outro, a todos os níveis.
E eu a fugir... a verdade é que não posso fugir mais porque já me começo a sentir encurralada pelos caminhos da minha própria fuga - sem dúvida que se transformaram num labirinto e não sei onde deixei a saída.
Pode ser que alguém lá do alto, onde todas as outras pessoas que fazem parte de mim se encontram, me dêem uma orientação.
Isto se esta prova não for para ser ultrapassada sozinha. Se for, estejam todos juntos à saída para me receberem porque vou precisar de mimos. Mas garanto que vou ter convosco! Vou encontrar a saída!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Regressar aos tempos da faculdade

Regressar aos tempos da faculdade quando já se trabalha há alguns anos é uma experiência fascinante. Principalmente quando esse regresso é feito em trabalho e com pessoas do tempo da faculdade.
Não. Não voltei a estudar - se bem que estou a ficar com bichos carpinteiros para frequentar aulas, ler teorias, desenvolver uma tese (que está na gaveta, mas não adormecida), discutir com os professores que são, maioria das vezes, altamente teóricos, sem verem para além dada a clausura das paredes de uma sala e... no fundo... aprender ou ter mais ferramentas à disposição.
Este regresso à faculdade foi pela parte divertida - aquela que não faz parte das aulas ou até faz porque muitas das vezes surge por uma balda às aulas, na manhã seguinte dada a ressaca, ou desatenção (porque não nos baldamos às aulas, mas a nossa ressaca fez-nos quase adormecer na cadeira da sala).
É engraçado crescer e mais engraçado ainda é ver que na alegria e na rambóia continuamos a ser os mesmos - afinal não crescemos assim tanto? Ou será apenas que a criança que há em nós aparece menos vezes?
No meio da paródia só nos lembramos que somos adultos quando bebemos uma imperial que nos custa 5,50 euros e, apesar dos protestos, temos uma postura adulta e pagamos - afinal, fomos nós que escolhemos aquele bar.
Nos tempos da faculdade, escolhiamos o lugar em função do preço da imperial e... não tinhamos surpresas desagradáveis!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Experiências de vida

Toda a gente tem um lado, digamos assim, merdoso. Há uns que lutam na lama, em caminhos por onde passam vacas, e outros que acham as caganitas de cabra muito giras (mesmo sem saberem do que se trata). Questão essencial a formular: o sabor assemelha-se ou não aos célebres Conguitos? É uma questão que deixo aqui a quem já teve a feliz experiência de trincar uma deliciosa e estaladiça caganita de cabra.

A experiência de abrir o galinheiro e soltar as bicharada toda é demasiado banal. Não é algo que, decididamente, marque a infância. O mesmo não diria, por exemplo, de uma miúda de 5 anos que depenou um pombo vivo em 4 minutos e 50 segundos (com o restante bando a assistir ao vivo). Apenas porque lhe apeteceu. Confesso que tive pena de não assistir a este animado espectáculo de luz, cor e som.

A cena das barbas de milho também é bastante rebuscada. Mais estonteante ainda é extrair umas folhas secas de parreiras, esmagá-las e, de seguida, colocá-las num belo pedaço de papel cuidadosamente retirado de um saco de farinha de 50 kg com comida para os porcos. O resultado final é um agradável paladar a vegetais secos, aligeirado por um subtil aroma a ração granulada...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Modelagem

Por mais que goste de estar sozinha e de "estar comigo", confesso que o facto do ser humano ser um ser social tem a sua razão de ser (e todos estes "seres" foram propositados).
A mim, particularmente, dá-me gozo interagir com as pessoas, conversar e fazer algum jogo. Jogo no sentido de modelagem.
Nalgumas mentes o que estou a tentar dizer é o mesmo que vestir capas. Não aprecio tanto esse conceito, até porque nele a questão da flexibilidade não é tão evidente.
Modelagem, barro, mãos, flexibilidade, criar, recriar... isto sim gosto!
O que sinto na interacção com os outros é a capacidade de me distanciar e observar o modelo que estou a construir. É desafiante quanto mais modelos conseguimos construir e também o impacto que temos nos outros. Se estivermos seguros será sempre uma experiência positiva e com resultados favoráveis!
Mentes menos abertas irão pensar que, deste modo, nunca conhecem a identidade da pessoa, o genuíno, a personalidade ou o que lhe quiserem chamar. Não vejo as coisas desse modo até porque na modelagem não entra a mentira - algo que desprezo - ou a falsidade ou o cinismo. Tudo acontece a partir do mesmo barro e esse é puro sem adição de outros componentes. Portanto, o real está lá, a forma que lhe damos é que pode ser diferente.
Outra perspectiva da modelagem é que é "em directo". Não há como planear, como programar porque nunca se sabe quem está à nossa frente. E aqui entra o jogo de cintura, a flexibilidade imediata de começar a criar um modelo para logo a seguir mudar porque o primeiro ia ser furado! Quem mais gosta de trabalhar o barro??

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

AINDA SOBRE AS DIVAGAÇÕES...

... o post anterior tem uma razão de ser. Foi uma divagação espontânea motivada por factores de natureza variada, num enquadramento meramente pessoal. Em todo o caso, o contexto ajudou a despoletar o sucedido.
Imaginem-se no meio do campo, a sentir o cheiro da terra molhada e a trilhar os mesmos caminhos estreitos que percorreram na infância. É uma espécie de «antes» e «depois» que convida a descobrir inúmeras mudanças (começando pelo lugar em si e terminando no indivíduo propriamente dito). Enfim. Nada como a nostalgia (ou a saudade...) para nos limpar a alma e arejar o ego. Neste caso, rodeado por rosmaninhos campestres.
Mas isso agora não vem ao acaso. O que verdadeiramente interessa, isso sim, é que há uma quantidade de "coisas" a evitar quando os vossos filhos forem pequenos.
A saber:

1) Evitar invasões não planeadas ao pomar do vizinho (optar por um serviço de vigia por turnos, entre os amigos, a fim de saber com exactidão as rotinas do proprietário);

2) Jamais tencionar acampar com tendas improvisadas, elaboradas a partir de ramos de eucalipto (estacas e estrutura) e de sacas de farinha para animais de 50 kg, gentilmente cedidas pelo vizinho do nosso melhor amigo após estarem devidamente vazias;

3) Não fumar barbas de milho;

4) Nunca comer sopas instantâneas da Knorr ao pequeno-almoço;

...

(podem adicionar mais loucuras ingénuas à lista)

DIVAGAÇÕES ESPONTÂNEAS

A nostalgia é tanto maior quanto a diferença entre aquilo que fomos e aquilo que somos.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mudanças

As mudanças são sempre bem-vindas. Criam uma nova dinâmica, introduzem um novo ar, desencadeiam uma nova postura do nosso ser e fazem-nos descobrir um novo mundo. Adeus às ideias obsoletas (gosto muito desta palavra), olá às novas aprendizagens.
A esta altura devem-se interrogar sobre as formas de mudanças que estou a experiênciar. E podem ser, dentro da vossa imaginação, as mais variadas, tendo em conta que a última discussão girou em torno das mudanças e respectiva metaformose. Mas não.
As mudanças a que me refiro não têm nada de poético, nem de sapiência... Resumem-se a uma coisa idiota que tem de se fazer, mas que num futuro próximo (assim o espero) possa ser feito através do poder da mente, concretizando-se fisicamente.
Mudança de casa!
Nunca na minha vida vi tantos caixotes, embalei tantos copos e pratos que - note-se -previamente foram envoltos numa simpática folhinha de jornal para não se partirem e serem todos lavados depois disso. Depois há a roupa, os livros, o calçado, os cds e mais trinta mil tarecos que irritam.
Comecei a minha mudança pelo que iria dar mais trabalho dada a quantidade e o prazer que tenho por eles: os livros. Depois foram os cds e agora... já quase que não falta nada. Posso sobreviver muito bem sem o resto... pensava eu. Até perceber que, quando se sai de uma casa onde se viveu mais de duas décadas, há coisas lá que são essenciais e que eram "partilhadas" pelos habitantes de lá - não se ponham com ideias tortas!
Falo por exemplo de detergentes! lololol
E agora numa casa nova é preciso comprar do zero. E são caros! Caríssimos!!!
Enfim, peço encarecidamente a todos os Einsteins deste planeta (e dos outros que também podem participar) para descobrirem com um pouco mais de aceleramento a grande capacidade humana, nomeadamente o poder da mente. E isto antes que eu faça uma nova mudança, please. É tão mais fácil saber o que queremos, visualizarmos mentalmente e ela realizar-se... claro que tira o prazer do percorrer o caminho, mas nalgumas situações - nomeadamente esta particularmente - esse percorrer é perfeitamente dispensável. Sei o que quero e onde quero. Se pudesse utilizar o poder da mente, estava já tudo perfeitinho.
Enquanto não é possível... caixotes, caixotes, caixotes... estou fartinha, fartinha disto!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Metamorfose (II)

Considero a metamorfose como algo inato ao ser humano. Faz parte da nossa própria natureza. Tal como uma repelente larva se transforma numa esbelta borboleta, também nós, seres frágeis, nos transformamos (nem sempre em consonância com conceito «esbelto», é certo, mas tudo na vida tem razão de ser...).
São os atalhos pelas errâncias da vida que nos levam ao verdadeiro caminho daquela que é a nossa missão. Defendo a velha máxima de que nada na vida surge por acaso. E é nesta «escola» constante que aprendemos a dominar os medos e a enfrentar o desconhecido. Só temos de estudar bem a lição (que é como quem diz, ir ao encontro das oportunidades e saber aproveitá-las ao máximo).
Eis a razão porque «as águas de um rio nunca são as mesmas num mesmo lugar». Também não é à toa certas espécies de peixes procuram o lugar mais adequado, nesses gigantes oceanos, para cumprirem a sua missão. Nascem, crescem e reproduzem-se sempre em coordenadas diferentes. Muitas vezes, nadam contra a própria corrente. Mas conseguem.
Tudo isto é metamorfose. Ela é o ADN da vida. E também nós nos transformamos. O que hoje damos como adquirido, amanhã pode ser radicalmente oposto às nossas pretensões. Pena que muitas vezes as pessoas precisem de perder algo para lhe dar o devido valor. A perda é, sem dúvida, a dor provocada pela metamorfose. Por isso, cada coisa a seu tempo. Vamos saborear o dia de hoje, pensando que o de amanhã ainda vai ser melhor. Se não for, temos pelo menos a certeza que o anterior foi bem aproveitado. Haja fé. Muita.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Metamorfose

A metamorfose está ligada à mudança de hábitos ou de habitats. As duas situações têm reflexo nos humanos (se quisermos aplicar também a nós este conceito).
O mais intrigante é, de facto, a mudança - metamorfose - dos pensamentos e das emoções das pessoas.
Sou totalmente apologista da metamorfose e até desculpo algumas das minhas atitudes, alegando o meu processo de metamorfose em acção.
Não percebo como muitas das pessoas têm a certeza do que dizem e do que pensam tão afincadamente. Também defendo as minhas ideias/ideais mas plenamente consciente de que amanhã pode surgir alguém ou algo que derrube o que antes alegava - o que para alguns é interpretado como fraqueza da minha parte.
Assustam-me cenários completamente delineados e sem abertura para "imprevistos". A rigidez e pouca flexibilidade ou adaptabilidade às mudanças causa-me pânico. Afinal, como é possível agir desse modo se somos um ser social e temos de interagir/fazer jogo de cintura com as opções dos outros?
Devo deixar aqui a minha máxima dos últimos tempos que li ou ouvi não sei onde, mas que guardei... "As águas de um rio nunca são as mesmas no mesmo lugar." É, de facto, tudo uma questão de metamorfose.
Além disso, devo confessar que gosto da palavra... rica, complexa, com uma sonoridade sólida, contrariamente ao seu significado e reflexo que nos tira o chão algumas vezes.
Nota sobre a imagem: Léxico Metamorfoseado, pintura de Luís Athouguia

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Objectivos: sim ou não?

Não tenho objectivos. Nem um? Nenhum! Parece impossível, mas é verdade.
E quando digo que não tenho objectivos e as pessoas ficam com aquele ar de «dizes isso, mas alguns objectivos deves ter, certamente», acrescento de imediato que já fui ao psiquiatra, sendo o meu motivo de consulta: o não ter objectivos (o que comparativamente a outros humanos não será uma postura muito normal - penso eu - e por isso foi factor decisivo para ir à consulta).
Na adolescência há muitos objectivos. Lembro que a dada altura, as conversas giravam em torno da casa, do casamento, do vestido de casamento, dos filhos, da carreira, blá blá blá.
Atenção, não acho que sejam temas fúteis - talvez um pouquinho apenas - mas nunca fizeram parte dos meus objectivos e continuam a não fazer.
Vivo um dia de cada vez. Nem consigo programar o amanhã - talvez apenas saber se vou ter reuniões ou não e pouco mais. A nível pessoal é a desprogramação total. Se apetece, apetece, senão não.
Os exemplos mais claros que posso dar são os seguintes:
1) Nunca soube bem o que queria ser quando fosse grande - e ainda não sei. Quis ser bióloga marinha, quis ser veterinária, quis ser advogada e no último instante da candidatura ao ensino superior... bora lá ser jornalista! Curioso: os meus testes de aptidão deram quase 100% para electrotecnia! E sem dúvida que gosto da área.
Conclusão: ainda hoje sinto que se estivesse noutra área iria estar bem. Por isso, quando me perguntam o que é que eu quero ser quando for grande, respondo que a pergunta certa é se eu gosto do que faço e aí a resposta é sim! Mas sinto que se estivesse noutra área, também iria gostar.
2) O segundo exemplo pode não ser muito credível para algumas pessoas mais cépticas, mas fica registado na mesma. Muitos já tiveram a curiosidade de ir alguém que lesse as cartas, não tanto para ouvir, mas principalmente para ter as respostas às milhares de perguntas que as pessoas aproveitam para fazer.
Conheço muitas pessoas que lêem cartas e sempre tive oportunidade de fazer as milhares perguntas que quis totalmente à vontade. Inclusive tive essas pessoas a dizerem-me "então, que queres saber?". E pronto! Era e sempre foi o atrofio e a atadura geral! Que perguntar? O que é que quero saber? Se o vizinho vai ou não conseguir o emprego, não me interessa, ou seja, a vida dos outros é dos outros. A minha... até à data já sei o que eventualmente poderia querer saber e surpresas, imprevistos estão sempre acontecer e é melhor nem saber previamente. E sem objectivos é difícil saber o que perguntar.
Se tenho sorte porque não crio expectativas e depois não caio de um 12.º andar - como diz o psiquiatra, por outro lado há dias em que não olhar para o futuro não torna fácil a vida no presente.
E vocês têm objectivos? Quais, por exemplo? Só para eu perceber se pela vossa lista imensa de objectivos existem lá alguns que eu possa lembrar de ter também...

terça-feira, 15 de julho de 2008

És emotivo ou racional?

Numa visão mais fria, as emoções medem-se qualitativamente e quantitativamente. Uns choram por tudo e por nada, outros irradiam felicidade por tudo e por nada e outros são neutros - ou dizem-se - por tudo e por nada.
Medir quantitativamente e qualitativamente... diga-se a verdade: é sempre um julgamento. Uns porque são demasiado infantis - e uma grande percentagem de mim encaixa neste grupo - porque vibram, irradiam, saltam e batem palmas com a alegria e ficam de cara cerrada, choram e não falam com a tristeza; outros porque não são efusivos e nunca se sabe se estão contentes ou tristes e acham que o "ponto de honra é serem insensíveis", ao que eu acrescento intocáveis. Este último grupo faz-me confusão e só tenho vontade de quebrar as barreiras mentais, racionais e supostamente intelectuais que consolidam as personalidades dessas pessoas.
É suposto tropeçarmos nas emoções segundo a segundo, através dos nossos sentidos. Tudo o que eles captam é processado mentalmente por nós e desencadeia uma sensação (racional + emoção). Até a indiferença é um sentimento e é por isso que a podemos designar como tal.
No fundo, os dois grupos referem-se ao que muito se diz sobre as pessoas quando se tenta caracterizá-las: são emotivas ou são racionais... e nunca... são emotivas e são racionais... Porquê? Porque a elevada percentagem de pertença a um grupo é que classifica de facto a pessoa e impõe-lhe um rótulo. São as regras da sociedade: a maioria é que vence.
Neste contexto, os outros dizem que sou emotiva e tento sempre rebater e constestar e gritar que sou altamente racional! (Sim porque a exclusão de um grupo nunca é aceite da forma mais pacífica por ninguém, incluindo a je.) Mas prosseguindo...
Nem todos permitem a exposição das emoções porque a história/tradição conta-nos que é um sinal de fraqueza. Com os homens, então, há sempre a famosa expressão: "Um homem não chora" e quando são crianças do sexo masculino a dita: "Vá, não chores. Tens de ser um homenzinho". Ora digam lá se neste contexto - e acreditando que já evoluímos um pouquinho - não é ridículo dizer coisas destas? Depois crescem e acham que têm de resolver tudo sozinhos e não revelar as emoções... doutro modo são uns fracos.
A verdade é que contra mim falo. Sou emotiva q.b. porque depois tenho o meu lado mais racional que é de cortar à faca, implacável e tenebroso.
Confesso que quando me sinto bem e alegre sou bobo da corte porque só quero ver todos felizes à minha volta e é a forma que encontro de partilhar - é uma forma estúpida, mas é a que se arranja.
Quando estou chateada/irritada todos conseguem ler na minha cara. Quando estou triste/magoada ninguém se apercebe, nem dou espaço para que façam essa leitura.
Chorar? De alegria pelas pessoas que amo... muitas vezes. Com um livro, uma música, um filme... muitas vezes, mas sem ninguém por perto. De mágoa... poucas vezes e sempre sozinha. Sou um traste neste aspecto e por isso disse que contra mim falava. Não sei chorar ao pé dos outros que amo. Sou implacável e mágoas, tristezas e problemas resolvo sozinha e ponto final. E aqui o racional emerge e a percentagem é mais elevada... (passo a pertencer ao outro grupo e excluo-me dos emotivos).
Resumindo e baralhando: expressem as emoções que os outros agradecem! E onde há emoções há razões por isso não há exclusões (juro que não queria que isto rimasse até porque é demasiado bimbo)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Adeus poemas...

As patas de algumas pessoas fodem à grande o trabalho dos outros!
Então não é que pisaram a minha pen - esse instrumento rico da minha pessoa que contém alguns dados importantes e a minha panóplia de poemas - e fiquei sem possibilidade de vos dar a conhecer mais da minha riqueza interior...
Estou calma... nem foi preciso respirar fundo. Soltei a bela da gargalhada e olhem... que se foda!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Quem sou eu?


Quem sou eu?
Não sei. Sinto-me perdida.
Quando estou contigo desintegro-me.
E ao mesmo tempo sou um todo.
Encontras-me nas folhas, na brisa, no mar...
Mas tu não percebes isso.
Tu dizes que sabes quem eu sou.
Eu digo-te que nunca me conseguiste ver como realmente eu sou.
E, afinal, quem sou eu?
Procuras uma resposta naqueles traços mais profundos do meu ser.
Gostava que entendesses a mutabilidade desse meu ser;
A minha capacidade de metamorfose...
Foi isso que viste em mim, não foi?
Foi isso que te conquistou.
E agora...
Agora achas que me conheces;
Que sabes quem eu sou.
Se assim é, queres dizer que perdi o âmago do meu ser?
Responde!
Por que ficas calado?
Esse teu silêncio é esmagador...
Não percebes?
Já nem eu sei quem sou eu.
Um ser iludido?
Ou uma verdadeira ilusão?
Responde!
Quem sou eu?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ondas de pensamentos

Há dias "sim" e dias "não". Uns são dias de alegrias e outros de chatices, mas ambos enriquecedores. Nos dias de chatice um saco de boxe dá sempre jeito. Partir a loiça literamente também é uma solução, mas nem sempre está ao nosso alcance (a menos que o nosso trabalho seja na restauração - o que não é o meu caso).
O pior é quando os dias "não" se repetem, em completa ruptura com o que nos parece lógico e racional (que seria alternar as alegrias com as chatices). Daí passamos a utilizar o termo "maré de azar" e, quando nem damos por isso, estamos envoltos em ondas que não nos deixam sair.
Com isto não pensem que estou em "maré de azar". Nada disso! Confesso que os dias "não" têm quase ganho vida própria impondo a sua vontade. Mas como não acredito em marés, seja de azar ou de sorte, não me dou por con(vencida).
Além disso, essas ondas que nos podem atingir são (para mim) pensamentos. E os pensamentos podem ser mutáveis, assim como a água de um rio não passa duas vezes no mesmo sítio. O que nos parece certo hoje, amanhã poderá não o ser.
Ainda há outras particularidades dos pensamentos: eles ganham força, podem materializar-se e ganhar "vida", quem sabe transformando-se nas tais ondas, que podem ser boas ou más.
Por isso assumo aqui a minha política: pensamentos bons força com eles! Pensamentos de dias "não", encomendem um saco de boxe, deitem tudo cá para fora e não pensem mais nisso. Next!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ser bombeira

Já se passaram mais de quatro anos desde a altura em que me identifiquei pela primeira vez como «Bombeira» de profissão, não no sentido literal mas sim metafórico. E a verdade é que, se por um lado não tenho repetido a expressão com frequência, nem ocasionalmente, não o deixei de ser.
Respeito o trabalho dos bombeiros, conheci e conheço bombeiros. Não morro de amores por fardas, mas não tenho nada contra quem as usa.
Actualmente voltei a recordar a expressão, uma vez que surgiu em duas conversas diferentes e com pessoas diferentes, num intervalo inferior a 24 horas. Coincidências? Nunca acreditei nelas.
O porquê de isso ter acontecido? Para me relembrar, para analisar o meu papel no trabalho, pois claro! A brincar digo que sou como o camaleão. E sempre fui assim. Adapto-me com facilidade nas mais diferentes circunstâncias (só me falta mudar de cor!).
Mas contrariamente ao camaleão, sou muito mais acelerada e gosto de desafios. Uma coisa chama, sem dúvida, a outra e por isso... lá estou eu a apagar fogos! Pontualmente, isso acontece. Curiosamente também surge no timming certo: quando já estou a "sufocar".
Mas é complicado quando se apanha o barco que ficou encalhado num banco de areia; quando se faz um rewind e nas fases mais complicadas o elemento comum sou eu!
Quando algo corre mal tenho por aprendizagem de vida que o problema pode - e muitas vezes é - ser nosso e não dos outros. Atribuir culpas aos outros é muito fácil, mas onde fica a nossa responsabilidade?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Dust in the wind

Há sons que nos ajudam a erguer novos pilares... e vejam lá como já sou avançada na idade que recordo bandas que me fizeram pular e hoje me deixam nostálgica. Mas é sempre tão bom.
Tenho escolhas por várias bandas e músicas que me fazem vibrar, dão um friozinho no estômago e me põem lá em cima. O nome do meu blogue é um bom exemplo disso (se não sabem porquê, descubram!).
No meio de uma série morte do EU (sim, porque melhorou - graças ao som - mas ainda persiste) vou descobrir Scorpions! (Iá, estou mesmo mal!)

I close my eyes
Only for a moment and the moment's gone
All my dreams
Pass before my eyes, a curiosity

Dust in the wind
All they are is dust in the wind

Same old song
Just a drop of water in an endless sea
All we do
Crumbles to the ground, though we refuse to see

Dust in the wind
All we are is dust in the wind

Down versus criativo

Talvez seja um pouco cliché falar da morte, tendo em conta o filme «The Bucket List» que está actualmente em cartaz. Mas não há nada a fazer por mais que berrem e protestem. E também é apenas pretexto para o mote inicial de conversa. Por isso calma e deixem-me divagar!
O negro que acompanha a morte, o cenário de cinzento e nevoeiro que a envolve sempre me fascinou... e acompanhou plenos estados de humor mais mordaz em equilíbrio com momentos de criatividade intensa. É uma cena de artista que, diga-se de passagem, não o sou, mas tem as suas verdades.
É curiosa a perigosa ligação de que quando estamos mais em baixo tornamo-nos mais criativos. Mas a explicação é simples, segundo a minha teoria desenvolvida precisamente num estado down versus criativo: afundamos a nossa mente em pensamentos mais tenebrosos e mais surreais, o que nos permite quebrar regras e leis do mundo real e ir mais além. Faz sentido, certo?
Alertei para a questão de ser perigosa por uma simples razão: pode ser apetecível e até viciante. Criamos mas não deixamos de estar desfasados da realidade, o que pode ser terreno de areias movediças.
No meio disto tudo, e para não julgarem que estou com pensamentos suicidas, quero apenas frisar que a morte que falo é a morte do EU. Traduz-se por uma transformação completa e difícil da pessoa, com pilares a serem derrubados.
É claro que a seguir à morte, há um renascer ou reviver quase à semelhança do reencarnar, apenas não se processa de forma física. E novos pilares se constroem. Assim o espero...