quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ondas de pensamentos

Há dias "sim" e dias "não". Uns são dias de alegrias e outros de chatices, mas ambos enriquecedores. Nos dias de chatice um saco de boxe dá sempre jeito. Partir a loiça literamente também é uma solução, mas nem sempre está ao nosso alcance (a menos que o nosso trabalho seja na restauração - o que não é o meu caso).
O pior é quando os dias "não" se repetem, em completa ruptura com o que nos parece lógico e racional (que seria alternar as alegrias com as chatices). Daí passamos a utilizar o termo "maré de azar" e, quando nem damos por isso, estamos envoltos em ondas que não nos deixam sair.
Com isto não pensem que estou em "maré de azar". Nada disso! Confesso que os dias "não" têm quase ganho vida própria impondo a sua vontade. Mas como não acredito em marés, seja de azar ou de sorte, não me dou por con(vencida).
Além disso, essas ondas que nos podem atingir são (para mim) pensamentos. E os pensamentos podem ser mutáveis, assim como a água de um rio não passa duas vezes no mesmo sítio. O que nos parece certo hoje, amanhã poderá não o ser.
Ainda há outras particularidades dos pensamentos: eles ganham força, podem materializar-se e ganhar "vida", quem sabe transformando-se nas tais ondas, que podem ser boas ou más.
Por isso assumo aqui a minha política: pensamentos bons força com eles! Pensamentos de dias "não", encomendem um saco de boxe, deitem tudo cá para fora e não pensem mais nisso. Next!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ser bombeira

Já se passaram mais de quatro anos desde a altura em que me identifiquei pela primeira vez como «Bombeira» de profissão, não no sentido literal mas sim metafórico. E a verdade é que, se por um lado não tenho repetido a expressão com frequência, nem ocasionalmente, não o deixei de ser.
Respeito o trabalho dos bombeiros, conheci e conheço bombeiros. Não morro de amores por fardas, mas não tenho nada contra quem as usa.
Actualmente voltei a recordar a expressão, uma vez que surgiu em duas conversas diferentes e com pessoas diferentes, num intervalo inferior a 24 horas. Coincidências? Nunca acreditei nelas.
O porquê de isso ter acontecido? Para me relembrar, para analisar o meu papel no trabalho, pois claro! A brincar digo que sou como o camaleão. E sempre fui assim. Adapto-me com facilidade nas mais diferentes circunstâncias (só me falta mudar de cor!).
Mas contrariamente ao camaleão, sou muito mais acelerada e gosto de desafios. Uma coisa chama, sem dúvida, a outra e por isso... lá estou eu a apagar fogos! Pontualmente, isso acontece. Curiosamente também surge no timming certo: quando já estou a "sufocar".
Mas é complicado quando se apanha o barco que ficou encalhado num banco de areia; quando se faz um rewind e nas fases mais complicadas o elemento comum sou eu!
Quando algo corre mal tenho por aprendizagem de vida que o problema pode - e muitas vezes é - ser nosso e não dos outros. Atribuir culpas aos outros é muito fácil, mas onde fica a nossa responsabilidade?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Dust in the wind

Há sons que nos ajudam a erguer novos pilares... e vejam lá como já sou avançada na idade que recordo bandas que me fizeram pular e hoje me deixam nostálgica. Mas é sempre tão bom.
Tenho escolhas por várias bandas e músicas que me fazem vibrar, dão um friozinho no estômago e me põem lá em cima. O nome do meu blogue é um bom exemplo disso (se não sabem porquê, descubram!).
No meio de uma série morte do EU (sim, porque melhorou - graças ao som - mas ainda persiste) vou descobrir Scorpions! (Iá, estou mesmo mal!)

I close my eyes
Only for a moment and the moment's gone
All my dreams
Pass before my eyes, a curiosity

Dust in the wind
All they are is dust in the wind

Same old song
Just a drop of water in an endless sea
All we do
Crumbles to the ground, though we refuse to see

Dust in the wind
All we are is dust in the wind

Down versus criativo

Talvez seja um pouco cliché falar da morte, tendo em conta o filme «The Bucket List» que está actualmente em cartaz. Mas não há nada a fazer por mais que berrem e protestem. E também é apenas pretexto para o mote inicial de conversa. Por isso calma e deixem-me divagar!
O negro que acompanha a morte, o cenário de cinzento e nevoeiro que a envolve sempre me fascinou... e acompanhou plenos estados de humor mais mordaz em equilíbrio com momentos de criatividade intensa. É uma cena de artista que, diga-se de passagem, não o sou, mas tem as suas verdades.
É curiosa a perigosa ligação de que quando estamos mais em baixo tornamo-nos mais criativos. Mas a explicação é simples, segundo a minha teoria desenvolvida precisamente num estado down versus criativo: afundamos a nossa mente em pensamentos mais tenebrosos e mais surreais, o que nos permite quebrar regras e leis do mundo real e ir mais além. Faz sentido, certo?
Alertei para a questão de ser perigosa por uma simples razão: pode ser apetecível e até viciante. Criamos mas não deixamos de estar desfasados da realidade, o que pode ser terreno de areias movediças.
No meio disto tudo, e para não julgarem que estou com pensamentos suicidas, quero apenas frisar que a morte que falo é a morte do EU. Traduz-se por uma transformação completa e difícil da pessoa, com pilares a serem derrubados.
É claro que a seguir à morte, há um renascer ou reviver quase à semelhança do reencarnar, apenas não se processa de forma física. E novos pilares se constroem. Assim o espero...