terça-feira, 15 de julho de 2008

És emotivo ou racional?

Numa visão mais fria, as emoções medem-se qualitativamente e quantitativamente. Uns choram por tudo e por nada, outros irradiam felicidade por tudo e por nada e outros são neutros - ou dizem-se - por tudo e por nada.
Medir quantitativamente e qualitativamente... diga-se a verdade: é sempre um julgamento. Uns porque são demasiado infantis - e uma grande percentagem de mim encaixa neste grupo - porque vibram, irradiam, saltam e batem palmas com a alegria e ficam de cara cerrada, choram e não falam com a tristeza; outros porque não são efusivos e nunca se sabe se estão contentes ou tristes e acham que o "ponto de honra é serem insensíveis", ao que eu acrescento intocáveis. Este último grupo faz-me confusão e só tenho vontade de quebrar as barreiras mentais, racionais e supostamente intelectuais que consolidam as personalidades dessas pessoas.
É suposto tropeçarmos nas emoções segundo a segundo, através dos nossos sentidos. Tudo o que eles captam é processado mentalmente por nós e desencadeia uma sensação (racional + emoção). Até a indiferença é um sentimento e é por isso que a podemos designar como tal.
No fundo, os dois grupos referem-se ao que muito se diz sobre as pessoas quando se tenta caracterizá-las: são emotivas ou são racionais... e nunca... são emotivas e são racionais... Porquê? Porque a elevada percentagem de pertença a um grupo é que classifica de facto a pessoa e impõe-lhe um rótulo. São as regras da sociedade: a maioria é que vence.
Neste contexto, os outros dizem que sou emotiva e tento sempre rebater e constestar e gritar que sou altamente racional! (Sim porque a exclusão de um grupo nunca é aceite da forma mais pacífica por ninguém, incluindo a je.) Mas prosseguindo...
Nem todos permitem a exposição das emoções porque a história/tradição conta-nos que é um sinal de fraqueza. Com os homens, então, há sempre a famosa expressão: "Um homem não chora" e quando são crianças do sexo masculino a dita: "Vá, não chores. Tens de ser um homenzinho". Ora digam lá se neste contexto - e acreditando que já evoluímos um pouquinho - não é ridículo dizer coisas destas? Depois crescem e acham que têm de resolver tudo sozinhos e não revelar as emoções... doutro modo são uns fracos.
A verdade é que contra mim falo. Sou emotiva q.b. porque depois tenho o meu lado mais racional que é de cortar à faca, implacável e tenebroso.
Confesso que quando me sinto bem e alegre sou bobo da corte porque só quero ver todos felizes à minha volta e é a forma que encontro de partilhar - é uma forma estúpida, mas é a que se arranja.
Quando estou chateada/irritada todos conseguem ler na minha cara. Quando estou triste/magoada ninguém se apercebe, nem dou espaço para que façam essa leitura.
Chorar? De alegria pelas pessoas que amo... muitas vezes. Com um livro, uma música, um filme... muitas vezes, mas sem ninguém por perto. De mágoa... poucas vezes e sempre sozinha. Sou um traste neste aspecto e por isso disse que contra mim falava. Não sei chorar ao pé dos outros que amo. Sou implacável e mágoas, tristezas e problemas resolvo sozinha e ponto final. E aqui o racional emerge e a percentagem é mais elevada... (passo a pertencer ao outro grupo e excluo-me dos emotivos).
Resumindo e baralhando: expressem as emoções que os outros agradecem! E onde há emoções há razões por isso não há exclusões (juro que não queria que isto rimasse até porque é demasiado bimbo)

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