segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Regressar aos tempos da faculdade

Regressar aos tempos da faculdade quando já se trabalha há alguns anos é uma experiência fascinante. Principalmente quando esse regresso é feito em trabalho e com pessoas do tempo da faculdade.
Não. Não voltei a estudar - se bem que estou a ficar com bichos carpinteiros para frequentar aulas, ler teorias, desenvolver uma tese (que está na gaveta, mas não adormecida), discutir com os professores que são, maioria das vezes, altamente teóricos, sem verem para além dada a clausura das paredes de uma sala e... no fundo... aprender ou ter mais ferramentas à disposição.
Este regresso à faculdade foi pela parte divertida - aquela que não faz parte das aulas ou até faz porque muitas das vezes surge por uma balda às aulas, na manhã seguinte dada a ressaca, ou desatenção (porque não nos baldamos às aulas, mas a nossa ressaca fez-nos quase adormecer na cadeira da sala).
É engraçado crescer e mais engraçado ainda é ver que na alegria e na rambóia continuamos a ser os mesmos - afinal não crescemos assim tanto? Ou será apenas que a criança que há em nós aparece menos vezes?
No meio da paródia só nos lembramos que somos adultos quando bebemos uma imperial que nos custa 5,50 euros e, apesar dos protestos, temos uma postura adulta e pagamos - afinal, fomos nós que escolhemos aquele bar.
Nos tempos da faculdade, escolhiamos o lugar em função do preço da imperial e... não tinhamos surpresas desagradáveis!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Experiências de vida

Toda a gente tem um lado, digamos assim, merdoso. Há uns que lutam na lama, em caminhos por onde passam vacas, e outros que acham as caganitas de cabra muito giras (mesmo sem saberem do que se trata). Questão essencial a formular: o sabor assemelha-se ou não aos célebres Conguitos? É uma questão que deixo aqui a quem já teve a feliz experiência de trincar uma deliciosa e estaladiça caganita de cabra.

A experiência de abrir o galinheiro e soltar as bicharada toda é demasiado banal. Não é algo que, decididamente, marque a infância. O mesmo não diria, por exemplo, de uma miúda de 5 anos que depenou um pombo vivo em 4 minutos e 50 segundos (com o restante bando a assistir ao vivo). Apenas porque lhe apeteceu. Confesso que tive pena de não assistir a este animado espectáculo de luz, cor e som.

A cena das barbas de milho também é bastante rebuscada. Mais estonteante ainda é extrair umas folhas secas de parreiras, esmagá-las e, de seguida, colocá-las num belo pedaço de papel cuidadosamente retirado de um saco de farinha de 50 kg com comida para os porcos. O resultado final é um agradável paladar a vegetais secos, aligeirado por um subtil aroma a ração granulada...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Modelagem

Por mais que goste de estar sozinha e de "estar comigo", confesso que o facto do ser humano ser um ser social tem a sua razão de ser (e todos estes "seres" foram propositados).
A mim, particularmente, dá-me gozo interagir com as pessoas, conversar e fazer algum jogo. Jogo no sentido de modelagem.
Nalgumas mentes o que estou a tentar dizer é o mesmo que vestir capas. Não aprecio tanto esse conceito, até porque nele a questão da flexibilidade não é tão evidente.
Modelagem, barro, mãos, flexibilidade, criar, recriar... isto sim gosto!
O que sinto na interacção com os outros é a capacidade de me distanciar e observar o modelo que estou a construir. É desafiante quanto mais modelos conseguimos construir e também o impacto que temos nos outros. Se estivermos seguros será sempre uma experiência positiva e com resultados favoráveis!
Mentes menos abertas irão pensar que, deste modo, nunca conhecem a identidade da pessoa, o genuíno, a personalidade ou o que lhe quiserem chamar. Não vejo as coisas desse modo até porque na modelagem não entra a mentira - algo que desprezo - ou a falsidade ou o cinismo. Tudo acontece a partir do mesmo barro e esse é puro sem adição de outros componentes. Portanto, o real está lá, a forma que lhe damos é que pode ser diferente.
Outra perspectiva da modelagem é que é "em directo". Não há como planear, como programar porque nunca se sabe quem está à nossa frente. E aqui entra o jogo de cintura, a flexibilidade imediata de começar a criar um modelo para logo a seguir mudar porque o primeiro ia ser furado! Quem mais gosta de trabalhar o barro??

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

AINDA SOBRE AS DIVAGAÇÕES...

... o post anterior tem uma razão de ser. Foi uma divagação espontânea motivada por factores de natureza variada, num enquadramento meramente pessoal. Em todo o caso, o contexto ajudou a despoletar o sucedido.
Imaginem-se no meio do campo, a sentir o cheiro da terra molhada e a trilhar os mesmos caminhos estreitos que percorreram na infância. É uma espécie de «antes» e «depois» que convida a descobrir inúmeras mudanças (começando pelo lugar em si e terminando no indivíduo propriamente dito). Enfim. Nada como a nostalgia (ou a saudade...) para nos limpar a alma e arejar o ego. Neste caso, rodeado por rosmaninhos campestres.
Mas isso agora não vem ao acaso. O que verdadeiramente interessa, isso sim, é que há uma quantidade de "coisas" a evitar quando os vossos filhos forem pequenos.
A saber:

1) Evitar invasões não planeadas ao pomar do vizinho (optar por um serviço de vigia por turnos, entre os amigos, a fim de saber com exactidão as rotinas do proprietário);

2) Jamais tencionar acampar com tendas improvisadas, elaboradas a partir de ramos de eucalipto (estacas e estrutura) e de sacas de farinha para animais de 50 kg, gentilmente cedidas pelo vizinho do nosso melhor amigo após estarem devidamente vazias;

3) Não fumar barbas de milho;

4) Nunca comer sopas instantâneas da Knorr ao pequeno-almoço;

...

(podem adicionar mais loucuras ingénuas à lista)

DIVAGAÇÕES ESPONTÂNEAS

A nostalgia é tanto maior quanto a diferença entre aquilo que fomos e aquilo que somos.