tag:blogger.com,1999:blog-7063526050461158092024-03-14T09:22:07.575+00:00Street SpiritMakirahttp://www.blogger.com/profile/02630721708722864014noreply@blogger.comBlogger215125tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-57564841925272392212011-05-11T20:36:00.000+01:002011-05-13T21:38:54.909+01:00A puta da ironiaTodos os dias ele perde um bocadinho mais de si.<br />Todos os dias eu ganho um bocadinho mais com ele.Makirahttp://www.blogger.com/profile/02630721708722864014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-27344590385555656362011-05-02T23:28:00.003+01:002011-05-02T23:35:36.307+01:00Sempre na 'linha'<span style="font-family:Arial;"></span><a href="http://signsofcocaineuse.com/wp-content/uploads/2011/02/cocaine.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 269px; DISPLAY: block; HEIGHT: 171px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://signsofcocaineuse.com/wp-content/uploads/2011/02/cocaine.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">No Perú, há droga da boa. Alan García, o Presidente do país, é um consumidor habitual - como, aliás, se comprova <strong><span style="color:#ffff00;"><a href="http://aeiou.expresso.pt/primeiro-milagre-de-joao-paulo-ii-e-a-morte-de-bin-laden=f646533">aqui</a></span></strong>. </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-15564261719366990152011-05-02T22:42:00.003+01:002011-05-02T23:14:02.424+01:00Engana-me que eu gosto<a href="http://3.bp.blogspot.com/_V9ONqGbfMwA/Sw9mR5pSvAI/AAAAAAAAEAk/Fm3KToqIzrU/s1600/osama_bin_laden_289635.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 178px; DISPLAY: block; HEIGHT: 221px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_V9ONqGbfMwA/Sw9mR5pSvAI/AAAAAAAAEAk/Fm3KToqIzrU/s1600/osama_bin_laden_289635.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">Poucas horas depois do anúncio da morte de Bin Laden, o rosto ensaguentado do homem mais procurado do mundo estava exposto nas cadeias de televisão, jornais e sites. Sabe-se, agora, que a imagem terá sido <strong><span style="color:#ffff00;"><a href="http://www.elmundo.es/america/2011/05/02/estados_unidos/1304326652.html">forjada</a></span></strong> (aliás, muito mal forjada, segundo os editores de fotografia das agências internacionais, que se fartaram de apontar defeitos na fotomontagem). </span><br /><span style="font-family:arial;">Acontece, porém, que não houve praticamente um único órgão de informação, à escala global, que não tenha difundido a imagem - mesmo sem ter verificado previamente a proveniência da «foto». Desconhece-se quem a fez; mas o autor da façanha pode orgulhar-se de ter enganado o mundo inteiro. Sobretudo se tivermos em conta que, como se viu (e ouviu), as suas noções de Photoshop são demasiado básicas...</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-39976616194003036452011-05-01T21:56:00.002+01:002011-05-01T22:21:56.494+01:00Mau demais para ser verdade<a href="http://3.bp.blogspot.com/__HGvu8C54Sc/S61u4UVaVHI/AAAAAAAAA_4/iB-OZ26V5jU/s1600/Passos+Coelho.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 155px; DISPLAY: block; HEIGHT: 217px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/__HGvu8C54Sc/S61u4UVaVHI/AAAAAAAAA_4/iB-OZ26V5jU/s1600/Passos+Coelho.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">O hino oficial do PSD é mais uma pérola a juntar a tantas outras - como o convite a Fernando Nobre, a mensagem pascal da família Passos Coelho, as entrevistas às revistas (todas da Cofina...). É ver </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=9gMmInPIWQw"><span style="font-family:arial;color:#ffff00;">isto</span></a><span style="font-family:arial;"> e confirmar a desgraça total: edição demasiado amadora, música minimalista e uma letra que já lançou a </span><a href="http://www.dn.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1841759"><span style="font-family:arial;color:#ffff00;">polémica</span></a><span style="font-family:arial;"> (em vez de «Está na hora de mudar / com Passos Coelho», ouve-se, na versão original, «Está na hora de mudar / o Passos Coelho»). Entretanto, o 'jornal de referência' garante, basicamente, que todos sofremos de problemas auditivos - e deu-se mesmo ao trabalho de consultar uma 'fonte' do partido. Um grande serviço ao leitor que é complementado com a </span><a href="http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/letra-oficial-do-hino-do-psd-diz-que-esta-na-hora-de-mudar-com-passos-coelho_1492155"><span style="font-family:arial;color:#ffff00;">transcrição</span></a><span style="font-family:arial;">, na íntegra, da letra oficial do hino. Mas do PÚBLICO já tudo se espera. Sobretudo depois </span><a href="http://jugular.blogs.sapo.pt/2616607.html"><span style="font-family:arial;color:#ffff00;">desta</span></a><span style="font-family:arial;"> bacorada memorável.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-43935826635576070052011-04-29T13:16:00.004+01:002011-04-29T13:34:22.697+01:00Montes de felicidade<a href="http://resources3.news.com.au/images/2011/04/28/1226046/559383-kate-william-wedding-program-pic.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 293px; DISPLAY: block; HEIGHT: 166px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://resources3.news.com.au/images/2011/04/28/1226046/559383-kate-william-wedding-program-pic.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">O nível de idiotice é absurdo. Chega a dar vómitos. É ligar o televisor e ver os repórteres portugueses tão ou mais eufóricos do que os próprios noivos. Os enviados especiais (que designação tão pomposa) atropelam-se em palavras - e que, todas juntas, nada dizem. No meio desta verborreia, ouvimos os pivots a descreverem aquilo que vemos, sem acrescentarem nada de novo. E depois as reportagens: «viveram felizes para sempre»; «chapéus há muitos»; «o aguardado beijo real»; «toda a gente irradia felicidade». O João Adelino Faria, então, parece ter ingerido smarties em combinação com LSD. «Mas que momento bonito! Aquilo que o povo tanto esperava!! O beijo de Kate e William vem aí!!! Toda a gente a acenar. Milhares de pessoas... algum nervosismo... E aí está!!! Oh... eu diria que foi um beijo tímido e envergonhado. Claro que o irmão Harry não pára de rir!!!». A expectativa para a noite de núpcias é grande. Certamente que haverá um ou outro enviado especial debaixo da cama. Estamos ansiosos.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-55715297972857463332011-04-27T22:36:00.003+01:002011-04-27T23:06:18.892+01:00Eu estou fodido; tu estás fodido; ele... vai-se safando<span style="font-family:Arial;"></span><a href="http://3.bp.blogspot.com/_uMDy7NDv78E/St24ZHyvYnI/AAAAAAAAEk4/pqbZuByQhRA/s1600/S%C3%B3crates%2B-%2BZangado.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 165px; DISPLAY: block; HEIGHT: 205px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_uMDy7NDv78E/St24ZHyvYnI/AAAAAAAAEk4/pqbZuByQhRA/s1600/S%C3%B3crates%2B-%2BZangado.JPG" /></a><span style="font-family:arial;">É ler <strong><span style="color:#ffff00;"><a href="http://acatarcomestimaoinsulto.blogspot.com/2011/04/o-que-se-passa-politicamente-em.html">este post</a></span></strong> e, logo a seguir, perguntar: «onde posso comprar uma arma (não das que aleijam, mas das que exterminam mesmo o alvo) para ajudar a dar cabo da pandilha que nos governa (ou dos que já esfregam as mãos de contentamento e se preparam para tal)?». </span><span style="font-family:arial;">Foda-se. Somos um povo do caralho, sem dúvida. Há pouco mais de 500 anos, estavámos cheios de tesão para descobrir o mundo (iamos ao Cabo da Boa Esperança montados num palito, se fosse preciso). </span><span style="font-family:arial;">Agora, de tão sonsos, caimos no erro (por duas vezes, note-se - e é bem capaz de vir aí uma terceira vez) de escolher um primeiro-ministro manhoso, vaidoso, mentiroso e com uma carapaça de aço que lhe tem permitido sair ileso a tudo o que é escândalo (Freeport, TVI, Face Oculta, curso na Independente...). </span><span style="font-family:arial;">E</span><span style="font-family:arial;">ste tipo dança o fandango, toca ferrinhos, bate palmas e ainda canta. Incrível como, até hoje, um partido como o PSD não foi capaz de fazer frente a esta besta, limitando-se a eleger e a reciclar líderes - e nada mais do que isso. </span><span style="font-family:arial;">O que me fode é ouvir a minha bisavó, prestes a completar 100 anos (e, felizmente, na posse de todas as faculdades), suspirar assim que vê esta cambada e dizer-me: «os teus filhos e os dos outros vão pagar isto bem caro. E vocês, os da juventude, já começaram a pagar adiantado...». Fico fodido não por ser a minha bisavó a afirmar-me uma coisas destas; mas, antes, por saber que ela tem toda a razão.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-33398436521786165082011-04-25T22:05:00.003+01:002011-04-25T22:36:53.639+01:00A herança da Guerra Colonial<a href="http://www.xiconhoca.org/passadoscinquentaanos/guerra-001.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 210px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.xiconhoca.org/passadoscinquentaanos/guerra-001.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">110 mil ex-combatentes com traumas psíquicos, mulheres silenciadas pelo sentimento de revolta, filhos vitimados pela negligência e maus tratos, famílias desfeitas por memórias inconfessáveis. A Guerra Colonial não terminou no momento em que se anunciou o cessar-fogo; ela continua a afectar toda uma geração seguinte - que sente que esteve numa batalha que nunca viveu.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-38296554187493038132011-04-24T21:51:00.004+01:002011-04-24T23:00:02.266+01:00Outros rostos da Revolução<a href="https://lh6.googleusercontent.com/-DoOetJmklcA/TXv1ipNUccI/AAAAAAAADok/SHnznq6euH8/s1600/DSC00449.JPG"><span style="font-family:arial;"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 411px; DISPLAY: block; HEIGHT: 304px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="https://lh6.googleusercontent.com/-DoOetJmklcA/TXv1ipNUccI/AAAAAAAADok/SHnznq6euH8/s1600/DSC00449.JPG" /></span></a><span style="font-family:arial;">Uma imagem vale (muito) mais do que mil palavras. Por vezes, o seu maior valor está naquilo que lá está (mas que permanece invisível aos olhos de quem vê). Chama-se «memória histórica» (algo que já não existe nas redacções deste país). </span><br /><span style="font-family:arial;">O 'guitarrista' que aparece destacado nesta foto dá pelo nome de Rui Pato. Integrou o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) em 2005. Deixou o cargo em finais de 2009. Antes disso, dirigiu o Serviço de Pneumologia. Feitas as contas, Rui Pato esteve no CHC (onde começou como médico interno) durante 37 anos. Em suma: uma vida.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 298px; DISPLAY: block; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_LPKiUIBcZPE/RrE2Sx8DFWI/AAAAAAAAEKA/AfqxHNX2hv4/s400/Jose+Afonso+com+Rui+Pato.jpg" />Agora, o 'outro lado': Rui Pato percorreu o país, de concerto em concerto, ao lado de Zeca Afonso. Conheceram-se em Mangualde, quando Zeca ganhava a vida a dar aulas. A aventura da música de intervenção terá começado em meados de 1960, tendo terminado uns 8 anos depois.</span><br /><span style="font-family:arial;">Muito depois disso - e pela última vez -, Rui Pato pegou na viola, a pedido do próprio Zeca. Foi num espectáculo no Coliseu, que decorreu meses antes da morte do autor de «Grândola, Vila Morena» (em Fevereiro de 1987).<br /></span><br /><br /><div><span style="font-family:arial;">Eis Zeca Afonso descrito por Rui Pato: </span></div><br /><br /><div><span style="font-family:arial;font-size:85%;"><strong>«O Zeca sempre teve fama de maluco. Aconteciam-lhe coisas estranhíssimas e a mais vulgar era andar com uma meia de cada cor. Trazia sempre um saco de remédios. Uns para dormir, outros para acordar. À noite enfiava calmantes e, de dia, estimulantes.»</strong></span></div><br /><br /><div><span style="font-family:arial;font-size:85%;"><strong>«Tinha também o hábito da vitamina C. Quando chegava à gravação dizia que não tinha voz e tomava uma injecção de vitamina C para 'aclará-la'.»</strong></span></div><br /><br /><div><span style="font-family:arial;font-size:85%;"><strong>«O Zeca punha sempre dificuldades nas gravações. Às vezes, dizia que não fazia a digestão. Um dia, propus-lhe uma refeição leve. Comemos um ovo estrelado.»</strong></span></div><br /><br /><div><span style="font-family:arial;">[Depoimentos extraídos da obra <em>Livra-te do Medo: estórias e andanças do Zeca Afonso</em>, de José A. Salvador]</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-86630662432818416142011-04-21T21:51:00.002+01:002011-04-21T21:56:33.057+01:00Melodia<span style="font-family:Arial;"></span><a href="http://images01.olx.ca/ui/2/66/38/16425838_1.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 305px; DISPLAY: block; HEIGHT: 188px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://images01.olx.ca/ui/2/66/38/16425838_1.jpg" /></a><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-family:arial;">Chegado a meio da rua, o velho negro pousou os sacos no cimo do passeio. O dia ia longo. O fato de macaco - impregnado de estilhaços de cimento já secos e sólidos - denunciava a sua ocupação principal. Lançou um suspiro e esticou os dedos. Baixou-se, abriu uma caixa de madeira e tirou o objecto brilhante (que reluzia como ouro). Quem lhe apreciasse os gestos poderia notar que eram devidamente estudados. </span></span><br /><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-family:arial;">Todos pareciam ignorar a sua presença. Até que, de olhos cerrados, ergueu a cabeça em direcção ao céu, dando a sensação que procurava inspiração divina. De repente, todos pararam. Fez-se silêncio. Para ver e ouvir. Um velho negro, um saxofone e um talento do tamanho do mundo. Não há palavras que descrevam a sinfonia melódica do homem que só sabe tocar de olhos fechados; que nunca estudou música; e que apenas pede algumas moedas em troca da sua arte imensa. </span></span><br /><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-family:arial;">Quase sempre, tenta esquivar-se à curiosidade alheia. «Não interessa de onde vim nem quem fui; somente onde estou e quem sou», diz. Assim sendo, quem és tu? «Um velho. Nada mais do que isso. Mas tenho uma grande alma: o meu safoxone». E onde estás? «Em todos os lugares que as pessoas imaginam, quando ouvem as minhas melodias». O saxofone, o velho negro e o seu enorme talento andam por aí, nas ruas de Lisboa.</span> </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-30579800511908589682011-04-12T16:56:00.002+01:002011-04-12T17:26:21.667+01:00Eu aderi, tu aderiste e até ele aderiu<span style="font-family:Arial;"></span><a href="http://www.lanesac.com/images/facebook_button.png"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 197px; DISPLAY: block; HEIGHT: 178px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.lanesac.com/images/facebook_button.png" /></a><span style="font-family:arial;">Contra todas as previsões e expectativas, M. (chamemos-lhe assim) impôs a si próprio um objectivo de vida: aderir ao Facebook. «Decisão banal», dir-me-ão os mais sensibilizados para estas questões das novas tecnologias e redes sociais; «já sabia que ias falar dessa merda, ó caralho», barafustará M., naquele tom 'bovino' que tão bem o caracteriza (na verdade, M. conseque ser mais embezerrado do que eu - ainda assim, gosto do cromo). </span><br /><div><span style="font-family:arial;">Primeira conclusão: no domínio do mundo virtual, M. consegue atrair todas as más vibrações possíveis e imaginárias, fazendo com que mesmo as aplicações mais óbvias deixem, simplesmente, de funcionar. Só assim se consegue explicar que, no espaço de poucas horas - após a criação do seu perfil - M. tenha ficado encurralado. M. fez dois ou três amigos e, num abrir e fechar de olhos, o sistema não o deixou remeter pedidos de amizade. Será o Facebook uma ferramenta assim tão avançada que, na verdade, sabe que é improvável que M. tenha amigos num número que vá para além dos dois dígitos? Fica a dúvida. </span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Em todo o caso, o mundo deve registar tamanha façanha. Numa altura em que atravessamos um momento apocalíptico (já não adianta mudar a fechadura, pois o FMI já nos entrou pela casa adentro), Portugal pode orgulhar-se, agora, de ter todos os seus cidadãos ligados ao Facebook. M. acabou por concretizar, em poucos minutos, aquilo que ponderou durante longos meses. Um pequeno 'clic' para M., um grande passo para a irradicação da iliteracia digital no país. </span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Todavia, aconselha-se alguma prudência. Os próximos dias vão ser decisivos para M., que ficou impossibilitado de fazer amigos durante, pelo menos, 48 horas. O facto de não ter tido uma entrada triunfante nos meandros do Facebook e de levar com um tipo a 'reinar' sobre o assunto (como, de resto, este post comprova) poderão significar um retrocesso na decisão histórica de M. (que, no seu blog pessoal, também já sente na pele a ânsia de algumas pessoas de serem suas 'amigas'). </span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Mas aconteça o que acontecer, M. mostrou o seu lado meiguinho. Só por ter aderido ao Facebook. Colapsou o sistema, é certo, mas colocou de lado o seu orgulho e juntou-se à manada. Por este e outros motivos, só tenho razões para gostar de M. Adoro-te.</span> </div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-7759620439371934672011-03-30T09:52:00.006+01:002011-03-30T10:59:34.081+01:00No reino da 'alucinolândia'<a href="http://www.portalmidia.net/wp-content/uploads/greve.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 257px; DISPLAY: block; HEIGHT: 167px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.portalmidia.net/wp-content/uploads/greve.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">Não contesto o direito dos trabalhadores à indignação - até mesmo dos funcionários de empresas públicas. Só por aqui dá para ver que sou um tipo sensível e tolerante (capaz, até, de defender os interesses - ou uma pequena parte deles - dos trabalhadores das companhias dotadas de capitais públicos). Mas há limites. Sobretudo quando a criatividade estagna. A paralisação da CP e do Metro, em concreto, são formas de luta do século passado (e que apenas prejudicam os passageiros - a razão de ser dos transportes colectivos). É a velha mentalidade: «vamos lá foder o dia ao utente, para ver se o povo fica aborrecido e os miseráveis dos governantes arrepiam caminho». Há meses consecutivos que os sindicatos ligados à CP e ao Metro convocam greves atrás de greves. São muitos dias a foderem a vidinha a quem paga o seu título de transporte na totalidade. </span><br /><div><span style="font-family:arial;">Estas birras mesquinhas reflectem todo o egoísmo individual da mentalidade de uma certa esquerda (haverá mais do que uma?). Torna-se assustador quando esta gente se reúne em manada, agindo de forma colectiva. Pensam que são espertos, mas só 'avacalham' (ainda mais) o sistema - ao ponto de, por exemplo, elegerem políticos como Sócrates, em troca de promessas da manutenção dos direitos adquiridos. Pior: adoram repetir o erro. </span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">Estas 'toupeiras andantes' não percebem (ou fingem não perceber) que trabalham em empresas públicas falidas, cujo prejuízo adensa-se a cada dia que passa. Reclamam regalias de luxo, auferem salários fora do comum e laboram menos horas semanais do que os restantes trabalhadores portugueses. Não sabem o que é trabalhar numa empresa privada, sem direito à contestação e sujeitando-se ao pão que o diabo amassou. As paralisações sucessivas só abonam a favor das privatizações. Uma ideia, aliás, que vai tomando forma (já deu para perceber que, com Passos Coelho e o FMI a comandarem os destinos deste país, a privatização de empresas como a CP e o Metro são um belo rebuçado). Os abutres também se abatem. E alguns deles até ajudam a cavar a sua própria sepultura.</span></div><br /><div><span style="font-family:arial;"></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-5602102534362905622011-03-10T23:03:00.009+00:002011-03-22T09:38:30.489+00:00Lembras-te da Rosinha? Pois bem: podia ser (muito) pior<span style="font-family:arial;">1989. Anunciava-se uma autêntica revolução na aldeia, com a actuação de Jorge Rocha & as Lipstick. Nunca ninguém tinha ouvido falar no rapaz e nas tipas que o acompanhavam, mas os cartazes - distribuídos massivamente pelos locais públicos (centro de saúde incluído) - faziam antever uma noite de Verão escaldante.</span><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 135px; DISPLAY: block; HEIGHT: 160px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.jorgemartinezmusic.com/images/jr_inchains.jpg" /><span style="font-family:arial;">Corria o boato de que, a meio da actuação, as acompanhantes de Jorge Rocha iriam despir-se integralmente. Na noite do espectáculo, novos e velhos apinharam-se no recinto, mesmo antes do sol se pôr, para assegurarem o melhor lugar (de pé). Recordo-me particularmente de um velhote, dado como desaparecido há dois anos - e que, misteriosamente, reapareceu. Precisamente naquela noite. </span><br /><span style="font-family:arial;">Não é fácil responder à questão «Quem é Jorge Rocha?». É uma explicação complexa, que requer alguma reflexão. Ainda assim, cá vai: Jorge Rocha começou a ganhar a vida como bailarino. Cresceu, meteu na cabeça que queria ser cantor - e, vai daí, gravou umas músicas maradas, com a voz completamente desafinada (e com um modo peculiar de articular as palavras - um misto entre a dislexia e o sotaque transmontano). As acompanhantes não sabiam cantar. Mas, naquela altura, o playback fazia escola. </span><br /><span style="font-family:arial;">Elas só tinham de mostrar as nádegas, eriçar as mamas e abanar o corpinho. Não importava se faziam de conta que estavam (ou não) a cantar; a região bucal era, em todo o conjunto anatómico, a menos observada pela assistência. Ao longo dos anos, foram várias as formações das Lipstick: Candy, Dora, Diesel, Eliane... Até nisto o grupo era original, ao conseguir integrar gajas com nomes de electrodoméstico e combustível. </span><br /><p><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 185px; DISPLAY: block; HEIGHT: 253px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.jorgemartinezmusic.com/images/ph_32.jpg" /><span style="font-family:arial;">Volvidos mais de 20 anos, onde pára Jorge Rocha? Hoje, o tipo chama-se Jorge Martinez, abandonou as Lipstick (embora se faça acompanhar, em palco, por duas quarentonas de cabelo oxigenado) e diz que é o Prince português. Apesar da dupla personalidade, há coisas no Jorge Martinez que ficaram do Jorge Rocha: as músicas maradas, a voz desafinada e histérica, a forma estranha de pronunciar as palavras. </span><span style="font-family:arial;">Todavia, Jorge Martinez é um verdadeiro 'performer' e o único artista português que, ainda hoje, faz videoclips ao estilo do século passado. Atentemos, pois, ao espectáculo que é este vídeo referente ao 'single' mais recente do artista.</span></p><span style="font-family:Arial;"></span><div></div><div><span style="font-family:Arial;"></span><div><span style="font-family:Arial;"></span><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;">....................................<iframe title="YouTube video player" height="143" src="http://www.youtube.com/embed/bPUdTjkWYPQ" frameborder="0" width="200"></iframe>....................................</span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:arial;">O Ferrari sempre a rasgar e a atirar gravilha pelo ar; o pormenor de 'Martinez' na chapa de matrícula (eu pagava para ver este gajo a ser catado pela Brigada de Trânsito); a brilhante componente estética, onde sobressaem os elementos terra e fogo; a gaja metida na banheira, com o leite (?) a escorrer-lhe pelo peito... Tony Carreira? Deixemo-nos de merdas. O mundo pertence a Jorge Martinez. Nem que sejam precisos mais 20 anos para este gajo dar nas vistas - mas há-de conseguir. Também ajuda se as pessoas estiverem dispostas a tapar os ouvidos e a fingirem que ouvem (e gostam) daquela voz. Descoordenada. E esganiçada.</span> </div><div></div><div><span style="font-family:Arial;">Vale a pena ir ao encontro deste universo paralelo. <a href="http://www.jorgemartinezmusic.com/"><span style="color:#ffcc00;"><strong>Aqui</strong></span></a>.</span></div><div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-36490614506002629732011-03-10T14:45:00.002+00:002011-03-10T15:12:22.063+00:00Rezemos<span style="font-family:arial;">A minha religião chama-se <a href="http://www.acatarcomestimaoinsulto.blogspot.com/"><span style="color:#ffcc00;">Acatar </span></a>e Zhu Di é o meu deus. Comecei por frequentar timidamente este digníssimo templo virtual e, hoje, não passo um único dia sem o visitar. É a prova, de resto, de que ninguém deve ser julgado pela aparência (Zhu Di tem, de facto, um aspecto físico duvidoso e, quanto balança o corpo, nota-se que há ali qualquer coisa a roçar a paneleirice). Mas avante. O que importa é toda a sapiência e o bom gosto (como demonstra <a href="http://acatarcomestimaoinsulto.blogspot.com/2011/03/cavaco-quer-sobressalto-civico-kate.html"><span style="color:#ffcc00;">este</span></a> post) que prolifera em Zhu Di. Alimenta-nos a alma com imensos posts, a um ritmo inimaginável e frenético. Num só dia, o homem é capaz de abordar assuntos tão díspares como Sócrates, Benfica e Carnaval. A panóplia de imagens, acompanhadas pelos takes da AFP, também nos faz delirar. </span><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 245px; DISPLAY: block; HEIGHT: 182px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.celebrity-pictures.ca/Celebrities/Kate-Moss/Kate-Moss-50.JPG" /><span style="font-family:arial;">Eu sei que, ao ler estas linhas, Zhu Di irá pensar: «foda-se, mas que caralho, lá está este paneleiro de merda a foder-me a cabeça, ó caralho» (sim, Zhu Di tem um vocabulário extensamente rico e é muito franco no que diz). Todavia, é de bom tom o 'Espiríto do Asfalto' (ou, no original, 'Street Spirit') reconhecer e distinguir os melhores criativos do universo da blogosfera. Naturalmente, poderia acrescentar muito mais sobre Zhu Di. O seu passado, por exemplo, reflecte o carácter solidário que sempre vincou a sua personalidade. Basta lembrar que, durante anos a fio, Zhu Di voluntariou-se a servir copos no 'Finalmente', sem pedir nada em troca (desde que houvesse clientela para apreciar, claro). Porque, em boa verdade, Zhu Di não deixa passar nada ao lado. Nem mesmo um bom homem de collants ou ganga justa.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-63382480022210412372011-03-09T11:29:00.010+00:002011-03-09T12:40:12.704+00:00Ficção e realidade: o mundo segundo a Pfizer<a href="http://3.bp.blogspot.com/-XYWRiMMRVWQ/TXdz7nRbEnI/AAAAAAAAA88/YYwu1QkZQU0/s1600/FilmeK.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 226px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5582057731140555378" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/-XYWRiMMRVWQ/TXdz7nRbEnI/AAAAAAAAA88/YYwu1QkZQU0/s320/FilmeK.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">«O Amor é o Melhor Remédio» («Love and Other Drugs», no título original) estreou nos EUA em finais de 2010 e, há pouco mais de um mês, chegou a Portugal. Está enquadrado na paupérrima categoria de comédia romântica, com indicação para M/12 (o que é minimamente estranho, dadas as cenas de sexo em abundância - o que leva a questionar a competência desta </span><a href="http://www.cce.org.pt/CRITERIOS1.htm"><span style="font-family:arial;">gente</span></a><span style="font-family:arial;">). Mas há uma pergunta intrigante: como é que um filme destes, inequivocamente dirigido às massas (e para consumo imediato, sem nos obrigar a pensar em demasia), passa despercebido na Europa? Comecemos por desvendar a sinopse oficial da obra...</span><br /><br /><span style="font-family:arial;font-size:85%;"><em><strong>"Maggie é um fascinante espírito livre que não permite que nada a prenda, nem mesmo um fascinante desafio pessoal. Mas conhece a sua cara-metade em Jamie Randall, cujo charme é quase infalível tanto com as senhoras como com as vendas de produtos farmacêuticos. A evolução da relação entre Maggie e Jamie apanha-os de surpresa, ao darem conta de estarem sob a influência da derradeira droga: o amor..."</strong></em></span> <div><div><div><div><br /><div><span style="font-family:arial;">À primeiro vista, «O Amor é o Melhor Remédio» não passa de uma «comédia romântica» igual a tantas outras, recheada de clichés, com diálogos previsíveis e cenas lamechas. O filme perfeito, portanto, para uma tarde chuvosa, no aconchego dos cobertores, em que apenas pretendemos aliviar a cabeça de toda a merda que nos percorre o cérebro. </span></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 221px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5582057046323671890" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/-ij176sgwG1U/TXdzTwIWs1I/AAAAAAAAA80/ti7WWeMyBSI/s400/Pfizerfinal2.JPG" /><span style="font-family:arial;">Todavia, esta é uma obra que nos faz pensar - sobretudo aos que se querem dar um pouco a esse trabalho. Porque envolve uma empresa farmacêutica real (Pfizer) e uma personagem (Jamie Randal) que, neste universo ficcional, vende produtos igualmente reais (começa no Zoloft e acaba no Viagra). Jamie, o delegado de informação médica, chega mesmo ao ponto de convencer os médicos a não prescreverem Prozac (de uma empresa concorrente). </span><br /><span style="font-family:arial;">Os mais incautos perguntarão: e quanto pagou a Pfizer para aparecer no filme? A questão, no entanto, deve ser invertida: quanto recebeu a Pfizer para se sujeitar a isto? Os esquemas de vendas que apenas visam o lucro (driblando as recomendações da FDA), o treino «agressivo» dos delegados de informação médica, a forma pouco ortodoxa como se dá cabo de um fármaco da concorrência, a promiscuidade entre empresas farmacêuticas e médicos, o «outro lado» dos congressos científicos (há mesmo um especialista que chega a injectar-se com testosterona, para aguentar a «vida social» de um Congresso anual, em Chicago)... Há diálogos verdadeiramente assustadores. </span><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 227px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5582056379309585666" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/-doQPpCvtNpE/TXdys7TzdQI/AAAAAAAAA8c/9dIwFysV7Z0/s400/Pfizerfinal1.JPG" /><span style="font-family:arial;">É assumido que este filme foi feito a partir da autobiografia de Jamie Reidy, autor de «Hard Seel: The Evolution of a Viagra Salesman» - e que, antes de sair de cena da indústria farmacêutica, desempenhou funções na Pfizer e na Lilly. A legitimidade de nos sujeitarem a tamanho descaramento é, no entanto, questionável. Porque - e mesmo que a Pfizer não seja tudo aquilo que realmente se vê no filme -, a verdade é que eu, enquanto consumidor, coloco (ainda mais) dúvidas sobre o funcionamente (pouco digno) deste mercado peculiar. Nem sempre a ficção é tão ficcionada quanto se possa pensar; por vezes, ela consegue ser perigosamente real.</span> </div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-34620291502922641872011-03-08T19:19:00.003+00:002011-03-09T00:04:55.800+00:00Passaram mais de 7 anos...<span style="font-family:arial;">...e ainda ninguém cá de casa tem médico de família. Se ninguém respeita o direito do acesso à saúde (consagrado na Constituição), é quase certo que, por estes dias (e como forma de indignação), receberei a equipa dos Censos 2011 de «braços abertos»...</span><br /><br /><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 231px; DISPLAY: block; HEIGHT: 148px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.rifleshootermag.com/featured_rifles/RS_savagebeauty_200808-A3.jpg" />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-31115585550948114382011-02-25T14:11:00.003+00:002011-02-25T14:15:26.079+00:00Afinal, sempre a comi<span style="font-family:arial;">De tantas vezes a ver, tinha de a comer. Nao sei se era a mesma malhada que insistia em parar ah beira do cercado, aqui junto ao hotel, observando tudo e todos. Mas, ao almoco, calhou-me bife da vazia. E creio que era da malhadinha. Constatei que, hoje, ela nao deu qualquer sinal de vida. De qualquer das formas, nao se perdeu grande coisa. A carne do bicho era dura. </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-22208013656936358022011-02-24T21:24:00.003+00:002011-02-24T22:03:44.128+00:00¡Todo estay bien!<a href="http://lisboa.blogs.sapo.pt/arquivo/bairro%20alto%2016%20agosto%202003-%20rua%20artistico%202x.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 305px; CURSOR: hand; HEIGHT: 213px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://lisboa.blogs.sapo.pt/arquivo/bairro%20alto%2016%20agosto%202003-%20rua%20artistico%202x.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:arial;">Madrid. No meio das vacas. Algures entre La Rambia e Jarama. Determinados órgaos de informaçao (onde está o "til" na merda deste teclado???) enviam os seus grandes repórteres para cenários de guerra, onde a resistência de cada um é posta à prova - e onde o jornalismo cumpre a sua missao (lá está: o "til" - ou a falta dele) mais nobre: farejar histórias, ouvir os mais fracos e oprimidos, atravessar a rua sob a ameaça de um tiro perdido, o sangue quente a percorrer as veias e o coraçao a latejar à velocidade de uma rajada de balas. </span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Agora, enganei-vos. Estou aqui porque, também eu, tenho uma missao nobre. E, para a cumprir, tenho de ter sangue na guelra. Está muito enganado quem pensa que os tipos da imprensa especializada (no caso, na área da saúde) se cingem a falar de contracepçao, menopausa ou amenorreias. Há toda uma perspectiva obscura (o "gueto dos osteoblastos") que importa levar ao conhecimento dos leitores. E, para isso, é preciso correr riscos - como estar num hotel sinistro, no meio de nenhures, rodeado por prados subtis onde desfilam vacas e cordeiros. </span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Afinal, quem sao os responsáveis pela síntese dos componentes organicos da matriz óssea? Isso mesmo: os osteoblastos, essas células de que poucos ousam falar, localizadas na superfície do osso. E depois há os proteoglicanos, as glicoproteínas... Uma verdadeira máfia instalada no nosso corpo, capaz de desencadear as mais severas patologias. Estou aqui para ouvir especialistas de renome, confrontar ideias, desbravar caminhos (ainda) pouco conhecidos. </span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Nem os becos escuros ou os latidos dos caes selvagens, perdidos dos caçadores ou dos pastores, sao capazes de me assustar. A minha sede de saber e a vontade de revelar ao mundo todos os segredos envoltos em torno dos osteoblastos sao a luz que ilumina estes recantos repletos de escuridao. No fundo, sou uma espécie de "pirilampo dos pequeninos": ágil, discreto, eficiente. Sou a voz dos silenciados e os olhos dos que nao conseguem ver. </span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Algures entre La Rambla e Jarama. Aqui estou eu, na missao a que fui destinado. Sem medo do abismo e pronto para qualquer sobressalto. Admito o nervosismo. Ainda há pouco, por exemplo, tirei uma pele eriçada, bem junto à parte superior da unha. Sangrei. Mas, qual bravo do pelotao, aguentei firme, sem protestar, com o dedo a escorrer sangue. Porque nós, jornalistas, temos de estar preparados para uma qualquer eventualidade. Porque o jornalismo nao se escolhe. É ele que nos escolhe a nós. Mas deixemo-nos de rodeios. A prosa já vai longa e o tempo urge. A noite já desceu sobre este mantro obscuro e deserto. Agora, é chegada a hora de ir tratar da Veronica. Até breve.</span>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-85504230896155601162011-02-22T22:32:00.004+00:002011-02-22T22:53:08.760+00:00Bife da vazia*<div align="left"><span style="font-family:arial;">Terça-feira. Já é noite e eu sem ter colocado um único <em>post</em>. No mínimo, indecente. Bem queria acompanhar a pedalada deste <strong><span style="color:#ffcc00;"><a href="http://www.acatarcomestimaoinsulto.blogspot.com/">gajo</a></span></strong>, destronando-o no número de <em>posts</em> elaborados a cada 10 segundos. Mas não consigo. Admito o meu falhanço. Fiquem agora com a imagem do dia. Ah, e está tudo bem.</span></div><div align="left"></div><div align="center"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 351px; DISPLAY: block; HEIGHT: 260px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://i.thisislondon.co.uk/i/pix/2009/05/nigella-lawson-415x289.jpg" /><strong><span style="font-family:arial;font-size:85%;">Nigella Lawson [copa F]</span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Arial;font-size:85%;">Rigoroso exclusivo Street Spirit</span></strong><br /><br /><div align="left"><span style="font-family:arial;"><strong><span style="font-size:130%;">*</span></strong> Embora possa haver uma associação (mesmo que metafórica) entre o título deste post e a imagem acima, esclarece-se que «bife da vazia» foi a forma mais eficaz de homenagear o sr. Amílcar, prestigiado talhante aqui do bairro que vende os melhores nacos de vaca. Obrigado pela qualidade com que brinda a clientela, sr. Amílcar. Espero que também esteja tudo bem.</span></div></div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-12572172769353970232011-02-21T09:58:00.004+00:002011-02-21T10:38:29.246+00:00Associativismo<a href="http://1.bp.blogspot.com/_gnYCgsmonrc/TPgy0VAh3LI/AAAAAAAAADg/8tFRWYQDxSU/s1600/amantedasimagens-wordpress-avental-cozinha.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 147px; DISPLAY: block; HEIGHT: 207px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_gnYCgsmonrc/TPgy0VAh3LI/AAAAAAAAADg/8tFRWYQDxSU/s1600/amantedasimagens-wordpress-avental-cozinha.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">Como é que se entra na Maçonaria? Um tipo tem de ter familiares/amigos dentro daquilo ou pode candidatar-se através de formulário próprio com fotografia actualizada (tal como se tira o passe da CP ou se adere ao Partido Socialista)? E o traje, é caro? O avental, por exemplo, pode ser adquirido junto à área de utensílios de cozinha do Continente? As reuniões dos maçons são todas em regime presencial ou há a possibilidade de participar online? Também dão cupões de desconto para combustível? Alguém que tenha a amabilidade de me esclarecer estas dúvidas, por favor. Já há muito tempo que ando para fazer merda. E quer-me parecer que não vou lá se não pertencer a uma seita à maneira.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-43399448722642274222011-02-17T23:23:00.002+00:002011-02-17T23:32:34.182+00:00A informação nos tempos modernos<a href="http://altacenamarada.blog.xoose.pt/files/2010/10/secret-story.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 202px; DISPLAY: block; HEIGHT: 134px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://altacenamarada.blog.xoose.pt/files/2010/10/secret-story.jpg" /></a><span style="font-family:arial;">Definitivamente, a semana tem estado a correr muito bem à Coca-Cola. Em poucos dias, conseguiu chamadas de capa nos jornais, espaço nos noticiários televisivos e até nos blocos informativos das rádios. E soma e segue, como se pode ver por <strong><a href="http://www.publico.pt/Sociedade/as-formulas-secretas-sao-um-belo-truque-de-marketing_1480836?p=1"><span style="color:#ffcc00;">aqui</span></a></strong>. Desta feita, a coisa derivou para a KFC e até para os pastéis de Belém. Como está bonito (e criativo), o jornalismo. Gosto.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-11098428189304852422011-02-17T10:56:00.007+00:002011-02-17T11:24:42.167+00:00A arte de Dahl<span style="font-family:arial;">Eis o programa originalmente emitido na BBC (e que, muito recentemente, passou na SIC Mulher). Foi esta "receita", aliás, que me motivou a discernir algumas considerações sobre a arte e destreza culinárias de Sophie Dahl, num dos <em>posts</em> mais abaixo. Dahl não deve ser entendida como "mais uma" <em>chef</em> de cozinha. É, antes, uma sapiente artista das panelas e dos tachos, em todo o seu esplendor, que emana luz e sabe como nos alimentar a alma. Os pratos confeccionados por Sophie Dahl são telas repletas de ingredientes belos e coloridos, que merecem ser degustados até pelo olhar. Tal como a apreciação de um quadro de Renoir exige a aquisição prévia de determinados conhecimentos, também as obras criadas por Dahl só serão entendidas no seu todo apenas por uma pequena parte do público. É assumido: gosto desta mulher.</span><br /><br /><iframe title="YouTube video player" width="305" height="202" src="http://www.youtube.com/embed/nys4FPRug8A?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-78191855513872938352011-02-16T10:24:00.003+00:002011-02-16T10:29:45.509+00:00O segredo mais bem guardado do que todos os segredos de FátimaAfinal, e segundo <a href="http://www.publico.pt/Sociedade/cocacola-desmente-que-receita-vinda-a-publico-seja-a-verdadeira_1480503"><span style="color:#ffcc00;"><strong>informações recentes</strong></span></a>, a receita que consta no artigo divulgado no post anterior é de 'Coca-Cola martelada'. <div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 180px; DISPLAY: block; HEIGHT: 201px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_Wngi4qeKB9Y/TQjZHhX5DJI/AAAAAAAAAh0/boE8R06m_hg/s1600/coca%252Bcola.jpg" />Aos leitores do Street Spirit, as nossas sinceras desculpas pelo lapso, ao qual somos totalmente alheios.</div><div> </div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-15169070173462286902011-02-15T18:11:00.002+00:002011-02-15T18:16:33.243+00:00Ervas aromáticas<span style="font-family:arial;">Pode não parecer. Mas isto...</span><br /><p><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 188px; DISPLAY: block; HEIGHT: 154px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.raizes.org/loja/pics/Coentros.JPG" /><span style="font-family:arial;">...é (parte da) Coca-Cola.<br />Eis o 'segredo' revelado. <a href="http://www.publico.pt/Sociedade/receita-da-cocacola-e-revelada-e-tem-coentros_1480444"><span style="color:#ffcc00;"><strong>Aqui</strong></span></a>.</span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-38085397050840604102011-02-14T22:45:00.006+00:002011-02-14T23:28:00.140+00:00O amor é louco (e Paixão também)<span style="font-family:arial;">Nunca gostei de Pedro Paixão. O estilo e a narrativa denunciam a sua personalidade bipolar e eternamente insatisfeita (característica já assumida pelo próprio, em várias entrevistas). Na 2.ª feira (14 Fevereiro), o Metro dedicou-lhe quase meia página. </span><div><div><br /><div><span style="font-family:arial;"></span></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 182px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573689693161959922" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/-wmcegNNm4Ho/TVm5PskssfI/AAAAAAAAA6U/JTcKmrc6FE8/s320/Sem%2Bt%25C3%25ADtulo.JPG" /><span style="font-family:arial;">O escritor acedeu escrever um texto ficcionado, a propósito do amor. No breve conto, o narrador (de meia-idade) mantém uma relação com um jovem. Ao ler estes excertos...</span><br /><div><span style="font-family:arial;"></span></div><div><span style="font-family:Times New Roman;"><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><strong><em>O que importava era eu sentir que cada frase que trocávamos era mais um fio que nos unia numa perfeita teia de aranha. De que gostas, o que sentes, em que pensas, diz-me agora. Eu era a aranha. (…) Levei-o para minha casa, para o meu quarto, para a minha cama branca. Era um miúdo desajeitado. Tive pena dele. (…) Por momentos senti-o triste e feliz ao mesmo tempo, por estar ali comigo. Não é fácil provocar num homem sentimentos contraditórios. Gosto de os sentir desorientados. Sem já saberem o que podem fazer, ou dizer. Quando ficam mudos e encadeados e perderam a memória. (…) Tive de aprender que o desejo de amor não pode ser saciado. O que o futuro traz só a mim pertence. Não chegarei a saber a cor dos seus olhos.</em></strong></p></span></div><br /><div><span style="font-family:arial;">...ocorreu-me <a href="http://www.vidas.correiodamanha.pt/noticia.aspx?channelid=4A0940A8-0CA8-4AFE-9741-FB8866AA634E&contentid=DEF4A988-560B-46F2-A10E-B6B9D337918C"><strong><span style="color:#ffcc00;">isto</span></strong></a>. Eis Pedro Paixão, igual a si próprio: escrita assumida, mas descomprometida; bastante claro, mas em tudo vago; a querer provocar, mas apenas a fazer cócegas. Em suma: é urgente que Paixão encontre um novo 'dealer'.</span><br /></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-706352605046115809.post-80482266536657696992011-02-13T23:08:00.006+00:002011-02-13T23:45:45.670+00:00Em boas mãos<span style="font-family:arial;">A SIC Mulher sabe tratá-los bem. Aos homens, quero eu dizer. </span><br /><span style="font-family:arial;">Facto prévio #1: se há coisas que as mulheres se queixam é de que os machos (nomeadamente os 'alfa') não sabem cozinhar. Só atrapalham, não distinguem uma frigideira de uma panela e estão-se nas tintas para aprender. </span><br /><span style="font-family:arial;">Facto prévio #2: elas começam a ficar fartinhas desta merda (para escravas dos tachos, já bastaram as avós e as mães). Daí que o canal feminista da SIC tenha inovado, ao ter adquirido os direitos de transmissão do programa de <strong>Nigella Lawson</strong>.</span><br /><br /><div><div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 167px; DISPLAY: block; HEIGHT: 217px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573322564191076610" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/-uhBLeBOKT0I/TVhrV-lHQQI/AAAAAAAAA5s/GLL1t3GGCAM/s320/Nigella1.JPG" /><span style="font-family:arial;">Sabendo que os homens não são parvos, a SIC Mulher voltou a inovar. Agora, todas as semanas, as artes culinárias entram-nos casa adentro, pelas mãos de <strong>Sophie Dahl</strong>. Foi para 'desenjoar' da Nigella.</span> </div><div><br /></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 168px; DISPLAY: block; HEIGHT: 363px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5573322665765232594" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/-fatmx1aaDc0/TVhrb4-R39I/AAAAAAAAA50/1cE2PtnpejY/s320/Dahl1.JPG" /><span style="font-family:arial;">Os ingredientes, contudo, mantêm-se. Receitas exóticas, cenários simples e repletos de recipientes com ervas aromáticas, voz doce e sensual (a roçar o leite creme com travo a canela) e decotes q.b., coisa que nem o Manuel Luís Goucha se lembraria quando ainda usava bigode e apresentava um 'programazito' de receitas, na RTP. </span></div><div><span style="font-family:arial;">A SIC Mulher ganha pontos. Porque sabe o que os homens querem. Pena que poucos ou nenhuns tenham capacidade para acompanhar, ao mesmo tempo, a deslocação das mamas de Dahl e aquelas coisas todas que ela cozinha.</span> </div><div></div>Unknownnoreply@blogger.com0