Julgo que a Psiquiatria lhe chama síndrome compulsiva-obsessiva. No que toca a este aspecto, não tentei qualquer abordagem terapêutica. Até porque sei - tenho a certeza - que será tempo perdido. Os fármacos psicotrópicos não são mais do que um nevoeiro camuflado sob a densa estrada da vida, que nos fazem seguir em linha recta. Uma espécie de piloto automático que, quase sempre, não nos permite reduzir a velocidade nas curvas. São o caminho para o despiste.
Por vezes, imagino-me no Tibete, ao lado dos discípulos do Dalai Lama, a tentar fazer com que a ansiedade regrida. Mas a lucidez arranca-me do sonho. E dou por mim num stress louco, a chatear os monges, à procura de um acesso à internet em banda larga. Ou a perguntar-lhes quando é que almoçamos - e se não é possível substituir o pão e a água por um bitoque com um ovo a cavalo. «Estamos fodidos», pensam os monges.
Tenho um feitio da pior espécie. Bipolar. Tanto consigo ser parvo num dado momento como, logo a seguir, já estou a destilar parvoíce a dobrar. Não há nada a fazer. Para mim, o céu é o limite (da estupidez). Tenho de começar a tomar os medicamentos.
1 comentário:
Gosto quando me tiram o sossego. Gosto quando mexem comigo ao ponto de me desorientar e apetecer arrancar cabelos. Gosto de agitação. Gosto de gesticular. Gosto de sentir a ânsia a tocar em todas as minhas células...
E...
Gosto de olhar. Gosto da serenidade. Gosto do silêncio. Gosto da simbiose.
A bipolaridade faz parte de nós!
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