quinta-feira, 18 de junho de 2009

Zen em stress

Às vezes, sou dominado por uma ânsia que me afugenta o sossego. É o meu lado mais ansioso a vir ao cimo e que afecta - no bom e no mau sentido - o campo pessoal e profissional. Quanto mais tenho, mais quero. Já tentei, inclusive, acalmar este estado através de intervenção química (com consentimento médico), mas não consegui mais do que um mero efeito placebo. Para destoar ainda mais esta condição peculiar, tenho o dom de me preocupar excessivamente com qualquer coisa.
Julgo que a Psiquiatria lhe chama síndrome compulsiva-obsessiva. No que toca a este aspecto, não tentei qualquer abordagem terapêutica. Até porque sei - tenho a certeza - que será tempo perdido. Os fármacos psicotrópicos não são mais do que um nevoeiro camuflado sob a densa estrada da vida, que nos fazem seguir em linha recta. Uma espécie de piloto automático que, quase sempre, não nos permite reduzir a velocidade nas curvas. São o caminho para o despiste.

Por vezes, imagino-me no Tibete, ao lado dos discípulos do Dalai Lama, a tentar fazer com que a ansiedade regrida. Mas a lucidez arranca-me do sonho. E dou por mim num stress louco, a chatear os monges, à procura de um acesso à internet em banda larga. Ou a perguntar-lhes quando é que almoçamos - e se não é possível substituir o pão e a água por um bitoque com um ovo a cavalo. «Estamos fodidos», pensam os monges.

Tenho um feitio da pior espécie. Bipolar. Tanto consigo ser parvo num dado momento como, logo a seguir, já estou a destilar parvoíce a dobrar. Não há nada a fazer. Para mim, o céu é o limite (da estupidez). Tenho de começar a tomar os medicamentos.

1 comentário:

Makira disse...

Gosto quando me tiram o sossego. Gosto quando mexem comigo ao ponto de me desorientar e apetecer arrancar cabelos. Gosto de agitação. Gosto de gesticular. Gosto de sentir a ânsia a tocar em todas as minhas células...
E...
Gosto de olhar. Gosto da serenidade. Gosto do silêncio. Gosto da simbiose.

A bipolaridade faz parte de nós!