quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Metamorfose (II)

Considero a metamorfose como algo inato ao ser humano. Faz parte da nossa própria natureza. Tal como uma repelente larva se transforma numa esbelta borboleta, também nós, seres frágeis, nos transformamos (nem sempre em consonância com conceito «esbelto», é certo, mas tudo na vida tem razão de ser...).
São os atalhos pelas errâncias da vida que nos levam ao verdadeiro caminho daquela que é a nossa missão. Defendo a velha máxima de que nada na vida surge por acaso. E é nesta «escola» constante que aprendemos a dominar os medos e a enfrentar o desconhecido. Só temos de estudar bem a lição (que é como quem diz, ir ao encontro das oportunidades e saber aproveitá-las ao máximo).
Eis a razão porque «as águas de um rio nunca são as mesmas num mesmo lugar». Também não é à toa certas espécies de peixes procuram o lugar mais adequado, nesses gigantes oceanos, para cumprirem a sua missão. Nascem, crescem e reproduzem-se sempre em coordenadas diferentes. Muitas vezes, nadam contra a própria corrente. Mas conseguem.
Tudo isto é metamorfose. Ela é o ADN da vida. E também nós nos transformamos. O que hoje damos como adquirido, amanhã pode ser radicalmente oposto às nossas pretensões. Pena que muitas vezes as pessoas precisem de perder algo para lhe dar o devido valor. A perda é, sem dúvida, a dor provocada pela metamorfose. Por isso, cada coisa a seu tempo. Vamos saborear o dia de hoje, pensando que o de amanhã ainda vai ser melhor. Se não for, temos pelo menos a certeza que o anterior foi bem aproveitado. Haja fé. Muita.

3 comentários:

Makira disse...

Assino tudo o que disseste porque realmente pensamos da mesma forma.
Mas estas ideias nem sempre são bem aceites e muitas vezes encaradas pelos outros como fraqueza nossa. Tudo porque acreditamos na metamorfose, na mudança, no que é hoje pode não ser amanhã e por aí fora. A rigidez de que falo são muros intransponíveis em muitas pessoas e sabes que quando lanças uma bola contra um muro ela volta para trás... para ti, para mim, para nós.

الرجل البسيط disse...

Aquilo que para os outros são fraquezas, para nós representam força. A tua vida deve girar à volta das tuas convicções e não das «correntes vigentes». As pessoas têm de aprender, por elas próprias, a ser mais tolerantes e a respeitar os ideais de terceiros. Só desta forma elas conseguem, inclusive, respeitar-se a si mesmas.
É por isso que quando lanço uma bola, mesmo correndo o risco dela voltar para trás, que a lanço com toda a força. Ao menos, lançámo-la. E há quem nem para isso tenha coragem.

Makira disse...

Nem mais. Até hoje nunca me arrependi de nada por causa dessa filosofia: pode não ter efeito, mas pelo menos lancei a bola.
Repara que o que a mim me causa impressão não é apelidarem-me de fraca ou o que for. Sobre mim tenho tudo muito bem resolvido e se um dia fui insegura hoje não o sou. É mais por ver as pessoas perderem certos "pontos" porque não vêem para além dos muros.