terça-feira, 28 de outubro de 2008

O mundo é redondo e está sempre a girar

A ORIGEM DOS ENGOLIDORES DE ESPADAS
Gerard Damiano (falecido ontem, 3.ª feira) partiu. Valha-nos, contudo, a obra que deixou. Digamos que o seu legado dá mostras evidentes da mestria deste grande realizador: dirigiu mais de 50 filmes pornográficos, entre os quais esse ícone da 7.ª arte que é o «Garganta Funda» («Deep Throat», no original). A película foi rodada nos idos anos 70, em apenas 6 dias (imagino o inchaço dos actores...).
Linda Lovelace, actriz principal no filme, foi a primeira porn star à escala mundial. Muitos antes de Cicciolina andar metida com cavalos já Linda sabia de cor e salteado as posições do «Kamasutra». Foi a primeira longa-metragem de sexo explícito a ser exibida em cinemas tradicionais. Graças a Gerard Damiano houve toda uma arte que se abriu (literalmente) ao mundo. É a este homem que se deve a existência de espaços emblemáticos como o Olímpia, em Lisboa. Não fosse Gerard e jamais teríamos o Sá Leão e a saga «Fim-de-semana Lusitano».

INSPIRAR, EXPIRAR E ASPIRAR
Corre a notícia de que Maradona é o novo seleccionador da Argentina. Num primeiro comentário público, o antigo futebolista explicou que terá a responsabilidade de escolher e de treinar os jogadores. O que, aliás, faz todo o sentido. Esperemos que Maradona saiba meter a rapaziada argentina na «linha». E, já agora, que não tenha nenhuma «branca» quando tiver de chamar os jogadores pelos nomes próprios. Em resumo: ainda bem que surgiu esta oportunidade para o Diego tirar o «pó» das chuteiras...

COM UM TOQUE DE CARIL
Há poucos dias, a Índia iniciou, com sucesso, a sua primeira missão não tripulada à Lua (ligeiramente atrasados, sublinhe-se, dado que já lá vão 39 anos desde que os americanos exploraram aquilo). A maior loucura será mesmo em 2015, pois a Organização de Investigação Espacial da Índia (ISRO) pensa levar por diante uma missão que contempla dois astronautas, imagine-se (eis a comprovação de que a Índia tem um delay qualquer em relação ao resto do mundo).
O que chateia mesmo é o nome dado ao foguetão que integra a actual missão. Chamaram-lhe «PSLV». Nem parece da Índia... Quando muito, o veículo deveria ser apelidado de «Malai Kebac». Ou mesmo «Chicken Pakora». E, já agora, porque não «Tandoori Fish»?

UMA ESPÉCIE DE TARZAN TABORDA DE SAIAS
A escola EB 2,3 Santa Maria, em Beja, vive por estes dias alguma agitação. Os episódios de violência entre alunos e professores (e, nalguns casos, entre pais e professores) tornaram-se recorrentes. A tal ponto que o conselho executivo decidiu apresentar a demissão.
Agora, a Direcção Regional de Educação do Alentejo optou por contratar os serviços de uma empresa privada de segurança. Para estes meninos e papás que adoram malhar nos docentes, só digo isto: D. Rosa. Era a minha professora do ensino básico. Entre outras destrezas, puxava orelhas, dava fortes estaladas e aplicava reguadas a ritmo compassado. Ah, e de vez em quando lá dava aulas...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ácido acetilsalicílico



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

(DES)APONTAMENTOS

4 contra 2
Apesar de estarmos em minoria, fomos os primeiros a entrar no campo. Como sempre, pisámos o campo do adversário. Mas, bem vistas as coisas, é no terreno do inimigo que nos movemos bem. À entrada dos 4 em campo, eis que o capitão de equipa berra: «comigo é pão, pão; queijo, queijo». Pensei: «olha, olha... estamos bem fodidos, estamos».
Dito e feito: durante todo o jogo, o capitão (que, já agora, devia emagrecer uns quilinhos) dominou a partida e, como prova do seu egoísmo, teimou em não passar a bola aos companheiros de equipa. Pior: à vã tentativa destes contribuirem para o desenrolar do jogo, eis que a besta decide cortar lances a torto e a direito, reclamando penalties como se não houvesse amanhã.
No fundo, o tipo meteu-me pena. Fez-me lembrar aqueles gajos cheios de aço e que, vai-se depois a ver, são mais sensíveis do que a manteiga. Ou ainda aqueles machos armados em dominantes que alegam ter uma grande pilinha. Depois, claro: vai-se a ver e é preciso uma lupa...

As Vanessas das nossas vidas
Numa pequena empresa, a patroa vira-se para a Vanessa e, em tom apressado, dispara:
- Vanessa, Vanessa!! Rápido, preciso de si.
- Diga, diga! - responde a miúda.
- Preciso que vá com a máxima urgência ao Macintosh buscar-me um documento extremamente importante!
- Claro, claro!! Dê-me já a morada. Eu vou já lá num instante!...

Recado
Nutro pelo sr. Manuel Migões uma estima do tamanho do mundo. Não só por ser o pai do meu melhor amigo, como também pelas aventuras e desventuras que me proporcionou na infância (iniciação à prática de pesca desportiva, condução precoce de um imponente Volkswagen «carocha», mungir as vacas...). Passados todos estes anos, creio está na hora de me redimir. Sr Manuel: lembra-se daquele dia em que a porta da vacaria, estranhamente, estava aberta (o que despoletou aquela fuga em massa do gado para a estrada principal da aldeia)? Fui eu.

Desabafo
Não sei bem porquê, mas ainda estou a lembrar-me daquele totó todo empertigado, a mandar bitaites e a recalcitrar contra projectos que lhe fazem lembrar, digamos assim, um «novo riquismo»... Não há hipótese de mandar este gajo para a Suiça e colocá-lo dentro do LHC, o novo acelerador de partículas? Tenho a certeza que a resposta à grande incógnita (qual a origem do Universo?) reside numa simples colisão entre aquela besta e um protão.

À atenção da câmara municipal da minha cidade
Tenho um enorme respeito pelos senhores que fazem a recolha do lixo. Menos daqueles que executam o serviço à porta do meu prédio. Por norma, aparecem entre as 2 e as 4 da manhã. O que mais aprecio neles é aquela vontade louca de dominar o caixote do lixo em si, arrastando-o com toda a fúria, bem ao jeito de um combate de wrestling. Julgo que o som é perfeitamente audível num raio de 150 km. Um conselho: ou vocês param imediatamente com essa merda ou então terei de tomar medidas drásticas (i.e., convenço o senhor da teoria «do novo riquismo» a fazer-vos uma espera, brindado-vos com um discurso sobre a influência dos estafilococos na síndrome da pele escaldada).

terça-feira, 7 de outubro de 2008

REVOLUÇÃO

Reunida em Assembleia Geral, os órgãos de soberania do «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadadas» votou e aprovou os estatutos que regem esta organização de utilidade pública. Para mais, se informa do conteúdo dos mesmos:

1. O «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» é um movimento constituído por pessoas que, apesar de sairem tarde do trabalho, fazem muito pela vida porque, apesar de cansados, reconhecem que o cansaço não tem limites. Para este movimento, a ingestão de alcóol é a melhor terapia que qualquer SPA (vulgo taberna, tasca ou afins) pode oferecer;

2. O «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» opõe-se contra a produção e a comercialização desenfreada de sumos, chás e outras bebidas de importância menor, cuja existência só serve para alimentar a cultura capitalista vigente. Não nos tirem, contudo, a água. Além de ser um bem essencial, é extremamente útil para combater as ressacas;

3. O «Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» não tolera betinhos. Usar roupa da marca Quebramar ou calças com breguilha vermelha é uma prática recorrente dos membros deste movimento, cuja simbologia reflecte a filosofia do mesmo: «connosco é sempre a quebrar; connosco é até à breguilha»;

4. «O Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» abomina determinados movimentos extremistas, dos quais fazem parte as organizações dúbias e perigosas lideradas pelo Noddy e pelo Ruca. À luz dos conhecimentos actuais, consideramos que tais cabecilhas agem no subconsciente das crianças, incutindo-lhes conceitos e estilos de vida que não se coadunam com os valores que sabiamente herdámos de gerações passadas;

5. «O Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» rejeita qualquer indivíduo que seja pertença da ASAE, tendo, por isso, total liberdade para o lapidar com um ou mais dos seguintes objectos: colheres de pau, bolas de berlim, enchidos de Mirandela (com especial destaque para a alheira) e DVD's pirateados do Noddy e do Ruca;

6. «O Movimento Contra as Pessoas que Saem Cedo do Trabalho e Nada Mais Fazem da Vida Porque Estão Cansadas» adopta o tema «This is Life» como o hino desta grande organização, elegendo Amy MacDonald como o grande exemplo de vida boémia a ser seguido por todos. Para evitar piadas baratas e desnecessárias, rejeitamos veementemente qualquer trocadilho que junte as palavras «MacDonald» e «McDonald's».

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os parasitas

Num trio de bebida e divagações profundas e filosóficas apercebemo-nos que a vida pessoal não é compatível connosco e chegámos à conclusão de que quem tem vida pessoal nada mais é do que um parasita.
E quando toca aos amigos, com os quais devemos ter alguns aspectos em comum, a nossa cabeça fica em desatino. Entram às 9h e picam o ponto às 18h. Dão-se ao luxo de chegar a casa e ir dormir a sesta e depois... depois estão muito cansados pelo trabalho árduo que tiveram e por isso não podem sair para uns copos ou um simples café.
E assim... não fazem mais nada durante o dia. Vidas frutíferas, sem dúvida, alega o nosso trio completamente revoltado com citações semelhantes às referidas.
Protestamos! Vamos iniciar um movimento na internet contra as pessoas que saem cedo do trabalho e nada mais fazem da vida porque estão cansados.
Cansados? Ó amigos, vamos lá reflectir nesse cansaço quando nós picamos o ponto de saída às 22/23h e mesmo assim – cansados – não desprezamos as pessoas que fazem parte da nossa vida e saímos para um café ou copos, ainda que na manhã seguinte nos levantemos cedo para começar o dia de trabalho a horas prévias do horário oficial.
Toca a curtir a vida com muita alegria! E nem é preciso ter vida pessoal para isso! Basta querer e não ser parasita!

Ass. Trio

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O labirinto

Por norma as minhas decisões são tomadas em dois segundos.

Não gosto de pensar muito nelas porque só se complica, confunde e baralha o cenário. Além disso, já aprendi que o tempo que demoramos a decidir influencia em muito o resultado da nossa decisão e outras vezes já nem há nada para decidir porque deixamos passar o timming e ficámos agarrados. E depois, quantas vezes é que temos a garantia de estar a tomar a decisão correcta? É uma incógnita, até porque o que é certo para nós pode não ser para os outros, certo? Certo!

Gosto de agir de impulso, de instinto e só dou dois segundos para o pensamento que normalmente se pode traduzir como algo do género... Estás consciente do que vais fazer? Sim! Então faz!... isto porque o mais importante para mim nas decisões é sentir que tenho os pés bem assentes na terra.

Se tive o primeiro semestre deste ano em que tudo se desenrolou de uma forma tão estonteante, sem tempo para decidir - nem os dois segundos - porque o Universo decidia por mim e só me era dada a possibilidade de reagir, este segundo semestre está a exigir de mim o oposto. Está a obrigar-me a parar para pensar.


Confesso que ando a fugir desta situação porque o parar para pensar não se coaduna com o meu ser, mas a cada dia que passa surge mais um novo elemento na minha vida e outro e outro, a todos os níveis.
E eu a fugir... a verdade é que não posso fugir mais porque já me começo a sentir encurralada pelos caminhos da minha própria fuga - sem dúvida que se transformaram num labirinto e não sei onde deixei a saída.
Pode ser que alguém lá do alto, onde todas as outras pessoas que fazem parte de mim se encontram, me dêem uma orientação.
Isto se esta prova não for para ser ultrapassada sozinha. Se for, estejam todos juntos à saída para me receberem porque vou precisar de mimos. Mas garanto que vou ter convosco! Vou encontrar a saída!