quinta-feira, 2 de julho de 2009

A vida por fazer

Se sigo por aí,
e trago atrás de mim
os restos desses sonhos que sonhei.
Se choro o que perdi, o que resta no fim?
Um pouco mais que nada? Nem eu sei...

As luzes sobre o rio mergulham no vazio
em que naufraguei.
Explorei os oceanos do prazer e desenganos
e, entre gregos e troianos,
fui deixando a minha vida por fazer.

As estrelas sobre o cais são feridas e sinais,
são outras tantas vidas que cruzei.
E brilham como eu, na noite que morreu,
nesse fogo que ateei.

Lancei aos quatro ventos
as minhas cinzas e lamentos.
Faço-me a outros mares, outros avatares,
onde o tempo parou.

Se me perguntares
nem eu sei para onde vou.

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