segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Os meus santos natais

Estão reunidas as condições para um Natal de merda. A começar pela puta da gripe que resolveu apoderar-se de mim (ao menos que alguma coisa tenha a ousadia para se apoderar de mim...) mesmo no resquício do fim-de-semana. Cheira-me que é coisa para me deitar abaixo mesmo quando estiver a preparar-me para a missa do galo - e sou, por definição, um gajo ultra devoto incapaz de perder uma missa do galo.

Agora a sério: adoro padres. Sobretudo aquele que acompanhou o meu crescimento enquanto cristão, na paróquia da província. Esteve lá meia dúzia de anos. Foi até correrem literalmente com ele. Isto porque o senhor prior resolveu enviar uns quadros de valor inestimável para Espanha, à socapa, a pretexto de os recuperar. Resultado: os quadros nunca mais apareceram.

Os natais fazem-me lembrar a minha professora primária (bastante fodida, por sinal). Obrigava os putos a improvisarem uma peça de teatro, com uma forte componente bíblica. Eu, por mim, gostava de fazer de burro. Porque fazia sentido. E não tinha diálogos. Mas os verdadeiros natais foram passados com a minha vizinha. A Carlinha era fogo. Adorava ser a minha rena. Quando tinhamos tempo, também brincávamos. Mas já lá vai o tempo. Hoje, quem quiser estar com a Carlinha tem de pagar (e bem). Nem que seja para brincar. Há anos que não a vejo. É pena. Perdeu-se uma boa rena.

Naqueles tempos, o que mais gostava era de receber as prendas das avós. A cada 25 de Dezembro, pela manhã, fazia-me à estrada na velha bicicleta, na ânsia de açambarcar os presentes. Muito pijama e muita meia recebi eu das velhotas. Mas o que importava mesmo era o que vinha acoplado às peças de vestuário: a notinha de 5 contos. Agora, a Carlinha...

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