quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
O tempo é o agora
«Continuo a achar que o tempo corre... Mas eu corro atrás dele, qual Francis Obikwelu. A ponto de ficarmos a uma curta distância um do outro; de eu conseguir agarra-lo melhor e vê-lo como aliado e não como oponente. A ponto de eu dizer que, embora não me sobre muito, tempo também não me falta. Porque faço sempre por estar/ser/fazer o que quero, com quem quero, onde quero e… quando quero.»
(de alguém que sabe como "espremer" a vida até à última gota)
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Os meus santos natais

Agora a sério: adoro padres. Sobretudo aquele que acompanhou o meu crescimento enquanto cristão, na paróquia da província. Esteve lá meia dúzia de anos. Foi até correrem literalmente com ele. Isto porque o senhor prior resolveu enviar uns quadros de valor inestimável para Espanha, à socapa, a pretexto de os recuperar. Resultado: os quadros nunca mais apareceram.
Os natais fazem-me lembrar a minha professora primária (bastante fodida, por sinal). Obrigava os putos a improvisarem uma peça de teatro, com uma forte componente bíblica. Eu, por mim, gostava de fazer de burro. Porque fazia sentido. E não tinha diálogos. Mas os verdadeiros natais foram passados com a minha vizinha. A Carlinha era fogo. Adorava ser a minha rena. Quando tinhamos tempo, também brincávamos. Mas já lá vai o tempo. Hoje, quem quiser estar com a Carlinha tem de pagar (e bem). Nem que seja para brincar. Há anos que não a vejo. É pena. Perdeu-se uma boa rena.
Naqueles tempos, o que mais gostava era de receber as prendas das avós. A cada 25 de Dezembro, pela manhã, fazia-me à estrada na velha bicicleta, na ânsia de açambarcar os presentes. Muito pijama e muita meia recebi eu das velhotas. Mas o que importava mesmo era o que vinha acoplado às peças de vestuário: a notinha de 5 contos. Agora, a Carlinha...
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Natal de adultos ou de miúdos?
Concordo contigo. Hoje é um disparate e uma corrida alucinada!! Lembro-me quando era miúda que era assim como dizes: prendas só para os miúdos (éramos três) e prendas úteis (cadernos, lápis, livros)!!
Hoje eu participo nessa corrida alucinada mas não à velocidade a que descreves, mas participo porque os miúdos cresceram e temos há anos um Natal de adultos.
Este é o 2.º ano que vai contar com a presença de uma miúda e 85% das prendas são para ela e úteis. Mas a miúda só está connosco no dia de Natal e não passa "a meia-noite" e nós habituados que estamos a rasgar o papel de embrulho das prendas aproveitamos os 15% para as prendas dos adultos. E são úteis e outras para safar e outras quase por obrigação. Mas é uma roda viva e nessa noite somos todos miúdos (piores que miúdos).
Também te posso dizer que esta tradição de prendas entre adultos surgiu quando os três miúdos se tornaram adultos, com responsabilidades e dinheiro para poder comprar e oferecer. Depois de crescerem não acharam justo só eles receberem (por ainda serem os mais novos) e resolveram começar a comprar para dar aos outros.
E foram os três que iniciaram a troca de prendas entre todos - adultos - sem faltar um!
Hoje há uma miúda, mas os adultos dão aos adultos também (e vai de um pai natal de chocolate a algo que alguém precisa mesmo nesta altura e canaliza-se para prenda de Natal).
Cada um dos adultos faz de Pai Natal e as bochechas vermelhas não são pintadas! Afinal, somos adultos e fazemos muitos brindes ao jantar!!
Rimos muito e adoramos rasgar o papel de embrulho das prendas!!!!!!
Um conceito de Natal e do sentido da vida

Nada disto faz sentido. E a culpa, em última instância, é sempre nossa. Desde cedo que os habituamos mal. Impingimos o espírito consumista dentro do próprio lar, afogando os miúdos com pedaços de plástico industrial transformados em brinquedos, made in China, concebidos por trabalhadores que têm idade para andar na escola. Todos os dias deviamos parar e pensar um bocadinho nestas merdas. Mas não temos tempo. Porque temos de ir para a fila dos embrulhos da Toy's'Rus ou do Continente. E depois levamos com a falsidade da Leopoldina, da Popota e de outras que tais, que não passam de mascotes fabricadas por marketeers, mascaradas de anjinhos bem intencionados que se desdobram em missões sorriso e coisas do género - mas que, em boa verdade, não são mais do que uma forma de pôr as figuras públicas a dar a cara pelas marcas de grandes grupos económicos. Mas disto todos sabemos e, mesmo assim, lá vamos nós para a fila dos embrulhos.
Na minha casa, é muito simples. Há prendas, claro que há. Mas só para os mais pequenos. E livros, não mais do que isso. Ainda ontem, por exemplo, dei de caras com a minha filha sentada no sofá, sozinha, a folhear um prontuário da Língua Portuguesa e a inventar histórias (como aquelas que o pai e a mãe lhe contam aquando da hora de deitar). Não é mais inteligente do que as outras crianças, com toda a certeza. Aquele momento revela, antes, o esforço de dois pais preocupados e que, quando crianças, queriam ter um livro de banda desenhada e não o tinham. Nem sequer era uma pistola de água ou uma boneca: era apenas um simples livro.
Nos dias de hoje, falta, em muitas casas, a consciência do que é ter pouco. Os miúdos nascem já com o Magalhães e a internet acoplados ao cordão umbilical. Tudo lhes é mostrado - quando deviam ser eles a descobrir o mundo. Pensamos que é por ali o caminho, sem pensarmos que estamos a direccioná-los para o abismo. Assim se tecem as malhas do egoísmo. Estamos a produzir pequenos robots em série, incapazes de actuar e a pensar perante um determinado imprevisto. Bem-vindos aos novos tempos.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
(Tempo)
Pára o tempo do vento que é o contratempo da nossa demora
Passam dias e noites, os meses, os anos, o segundo e a hora
E ao tempo presente é que a gente pergunta e agora e agora?
Tempo para pensar cada momento deste tempo
Que cada dia é mais profundo e é mais tempo
Para inventarmos outro tempo menos lento
Tempo dos nossos filhos aprenderem com mais tempo
A rapidez que tem de ser o pensamento
Para nascer, para viver, para existir
E nunca mais verem o tempo fugir
Ai o tempo constante que a cada instante nos passa por fora
Este tempo candente que é como um cometa com laivos de aurora
É o tempo de hoje, é o tempo de ontem, é o tempo de outrora
Mas o tempo da gente é o tempo presente, é agora é agora
Tempo para agarrar cada momento deste tempo
Interminável e absoluto rasgo o tempo
Num temporal com os ponteiros do minuto
Tempo para um relógio bater certo com a vida
De um homem bom, de um homem são, de um homem forte
Que da chegada conseguir fazer partida
E que desperta adiantado para a morte
José Carlos Ary dos Santos
domingo, 13 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Gravedigger
When you dig my grave
Could you make it shallow
So that I can feel the rain
Gravedigger
Gosto deste refrão
O autor é o Dave Mathews.
Para ouver, aqui.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Amor eterno
Conheço-a à pouco mais de uma década. Sempre foi muito bela. Desde o primeiro momento que a vi que senti este amor. Não se trata do “amor à primeira vista”, o clássico, o dos filmes. Trata-se de algo tão profundo que não é fácil descrevê-lo. Certo é, que os grandes amores, de uma maneira geral não são sentimentos de fácil descrição. Por vezes, nem nós próprios sabemos o que sentimos. Mas de facto, sabemos que sentimos algo sem no entanto o sabermos descrever.
Sobre o meu amor, quando a vi pela primeira vez, senti que este amor seria eterno. Foi tão forte, tão intenso, que quando o recordo, me emociono. Ficou-me no coração a primeira imagem, o primeiro momento e, se Deus quiser, nunca mais o esquecerei.
Dormia ao de leve, serena, envolta num manto branco. Toquei-lhe aos poucos na face, devagarinho, fiquei maravilhado. A sua beleza era única, nunca tinha visto uma mulher assim. A sua pele era lisa e fresca e os olhos, em repouso, pareciam dois riscos em arco, sorridentes e calmos. No centro da face, altivo, um nariz de petiz, arrebitado. Dos seus lábios recordo apenas a perfeição, recordo o delineado e curvilíneo acre, numa composição de pleno e de belo, um quadro que me encantou. Ao segurar-lhe a mão delicada, imediatamente apertou os seus dedos nos meus e suspirou quase sem se notar. Ainda sem o saber, ela sentia o mesmo por mim.
É eterno este nosso amor. É gratificante, é inspirador, renova energias e dá alento. Dá-me forças e por ela, asseguro-vos, movo montanhas e combato dragões, enfrento centúrias romanas e sem dúvida, sem a mínima dúvida, sem hesitações, troco a minha vida pela dela agradecendo, de seguida, a oportunidade.
Sobre a beleza do meu grande amor, o mundo poderá discordar, mas é isto que sinto pela minha filha e sobre isso, lamento, mas não há volta a dar!
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Volumetria

Gosto de seios geometricamente bem definidos. Volume q.b. associado a uma fisionomia que, à primeira vista, me parece verosimivelmente perfeita. Dá vontade de lhes saltar em cima, bem em jeito de um trampolim. As maminhas da chefe estão para as minhas mãos como as renas estão para o Pai Natal. Imaginá-las sem mim por perto é como pôr o Pai Natal a fazer um anúncio a um creme de barbear. Simplesmente não faz sentido.
Hoje, notei que a maminha direita estava mesmo disposta a sentir a pressão da minha mão esquerda. Ainda pensei em satisfazer-lhe a vontade, mas, por uma questão de cortesia para com a maminha esquerda, achei por bem manter a mão quieta. Poderia ter avançado com a mão direita, mas isso só iria enfurecer o seio esquerdo. Nada como pacificarmos a questão: é ir em frente com as duas mãos ao mesmo tempo e pronto. Assim também as duas maminhas o queiram.