terça-feira, 15 de dezembro de 2009

(Tempo)

Pára um tempo que fica doendo por dentro e passa por fora
Pára o tempo do vento que é o contratempo da nossa demora
Passam dias e noites, os meses, os anos, o segundo e a hora
E ao tempo presente é que a gente pergunta e agora e agora?

Tempo para pensar cada momento deste tempo
Que cada dia é mais profundo e é mais tempo
Para inventarmos outro tempo menos lento
Tempo dos nossos filhos aprenderem com mais tempo
A rapidez que tem de ser o pensamento
Para nascer, para viver, para existir
E nunca mais verem o tempo fugir

Ai o tempo constante que a cada instante nos passa por fora
Este tempo candente que é como um cometa com laivos de aurora
É o tempo de hoje, é o tempo de ontem, é o tempo de outrora
Mas o tempo da gente é o tempo presente, é agora é agora

Tempo para agarrar cada momento deste tempo
Interminável e absoluto rasgo o tempo
Num temporal com os ponteiros do minuto

Tempo para um relógio bater certo com a vida
De um homem bom, de um homem são, de um homem forte
Que da chegada conseguir fazer partida
E que desperta adiantado para a morte

José Carlos Ary dos Santos

1 comentário:

Gustavo Carneiro disse...

Grande Ary, grande definição de Natal. Em relação ao Ano Novo, diz ele «Cada ano que passa é menos tempo para chegar ao tempo da vitória».

Grande Ary