Na festa do último aniversário, disse que seria o último que iria comemorar. A alguns amigos, confessou que gostaria de morrer em Nova Iorque (e que as suas cinzas deveriam ser espalhadas por Manhattan). Afirmou ainda que tinha um medo terrível de envelhecer - e, por causa disso, admitia suicidar-se. Foi, aliás, o que tentou fazer há tempos, quando subiu ao 22.º andar de um edifício e telefonou a algumas pessoas para partilhar a intenção de pôr termo à sua própria vida.
E eis que Carlos Castro (CC) surge morto, num quarto de hotel nova-iorquino, onde estava hospedado com um rapaz de 20 anos, com pretensões de fazer carreira como modelo (e, provavelmente, com muita sede de protagonismo). Independentemente do que se achava ou pensava de CC, intrigam-me as verdadeiras razões que podem levar alguém a matar alguém. Mais: parece demasiado irracional (e ultrapassa a minha compreensão humana) pensar que se pode matar da maneira como se matou - e, como se não bastasse, enveredar pela via da mutilação sexual.
E, daí, talvez não. Foi o próprio amigo de CC que agora, ao saber da morte, tornou público o aviso: «muito cuidado, Carlos... Ele é um miúdo». CC terá ripostado: «tudo bem. Ele tem maturidade». Não sei porquê. Mas há qualquer coisa em toda esta história que ficou por contar.
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