Está decidido. No próximo dia 23 de Janeiro vou ficar em casa. É uma atitude tão legítima (e não censurável) como a dos que optam por ir votar. Acredito que, nas presidenciais de 2006, grande parte dos quase 40% dos abstencionistas não quis expressar o seu sentido de voto por várias razões: porque os partidos políticos não passam de grupos organizados a quem cabe alimentar interesses próprios; porque a classe política está descredibilizada, obsoleta e afastada dos problemas reais do país; ou, pura e simplesmente, porque não apeteceu. Estas (e outras) são também as minhas razões. Como é possível fechar os olhos a uma abstenção que atinge quase os 40%?? O sistema sempre ignorou a abstenção, dando-lhe a importância que muito bem lhe apetece. Em vez de tentar determinar os verdadeiros motivos que levam um recenseado a não votar, o sistema (que somos todos nós) legitimiza os resultados e passa à frente. Se podia votar nulo ou em branco? Poder até podia. Mas isso seria continuar a contribuir para um sistema caduco, ultrapassado e que não garante a igualdade de participação cívica e activa (não confudir sistema com democracia).
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