segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Não me copulem, por favor

A teoria do «não há nada, mas mesmo nada, que se aproveite» (ver post abaixo) é, no mínimo, provida de uma barbaridade tal que só me apetece despir integralmente e supreender, à grande, a respectiva autora. Atente-se que a frase, claramente depreciativa, surge depois de inúmeras referências pessoais. Escusado será dizer que fui incluído neste rol de injúrias, culminando com uma menção do foro capilar («cabelo à skinhead»).

Deixemo-nos de ilusões. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma forma subtil de chamar a atenção das largas centenas de leitores deste blog para a minha calvície. Nem valia a pena a amazona encantada estar com rodeios. Chame-me careca. E pronto.
Como certamente saberá, o problema em apreço prende-se com a produção exarcebada de testosterona. Por outras palavras, quis Deus que fosse prendado com uma resistência física fora do vulgar, o que se traduz numa performance sexual, por exemplo, memorável (nb: a adjectivação é baseada em testemunhos reais). Daí a calvície. Até poderia inverter a queda capilar com fenisteride (que, por acção da enzima 5-alpha reductase, transforma a testosterona em dihidrotestosterona). Mas não me apetece. E posso explicar-lhe pessoalmente porquê...

O seu problema é só um: eu. A minha presença perturba-a. De longe, consegue-se perceber que o seu batimento cardíaco aumenta só de vislumbrar a minha sombra. Por mais que tente disfarçar, a minha ausência é sempre mais forte do que a sua capacidade de controlo. De nada vale insistir em dominar essa ânsia e o desejo de me querer por perto. Dê o braço a torcer. Ouça o seu coração e resista ao instinto carnal que lhe sufoca a alma.

A sua vida sem mim é fria, sombria e vazia. É uma autêntica batalha perdida. As suas noites resumem-se a gritos de clamor que chamam insistentemente por mim. O silêncio da minha ausência é ensurdecedor. Faço todas estas constatações de forma humilde, reconhecendo que há um problema que temos de resolver. Mas só depois da passagem de ano...

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